Esta semana, vi o filme que deve representar o Brasil no Oscar 2007: Cinema, aspirinas e urubus. Vi em DVD, o que me deixou ir e voltar em algumas cenas e perceber detalhes que nos escapam no frenesi da telona.
Os cem minutos de duração parecem uma eternidade: o tempo parado no meio do sertão nordestino, no meio do nada, no meio da Segunda Guerra Mundial que chacoalha a Europa em 1942. A luz estourada lembra ao Cinema Novo. A paisagem paupérrima lembra à estética da fome. O choque cultural entre o alemão-que-cruza-o-país-vendendo-aspirinas e o sertanejo-esperto-malemolente-pedro-malazarte lembra a tantos outros filmes étnicos…
É bom? É ótimo. Mas não gostei. Não é que tenha desgostado, mas é que não me pegou. E olha que sou devoto de são Glauber Rocha…
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Vi hoje o Homem Aranha 3. Foi no cinema, e com meu filho de quase-três-anos e minha mulher.
Não se comparam os dois filmes, afinal são dois planetas diferentes. Mas a trama deste terceiro é melhor que as anteriores. Os efeitos são primorosos, e a gente até chega a torcer pro herói. É bom? Num certo sentido, é. Gostei? Num certo sentido, me diverti. Mas Homem Aranha 3 é menos cinema que Cinema, aspirinas e urubus.
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Entre o que é bom e o que a gente gosta há uma boa distância.
Entre o que é bom e o que nos diverte, há outra.
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