que estranha saudade…

Recebo um email de amiga com uma lindíssima foto noturna da praia da Ponta Negra, no Rio Grande do Norte. No retrato, a lua cheia ilumina a paisagem aérea e imprime um clima de beleza, de arrebatamento diante da natureza, de esplendor ao luar. Explica-se o envio da foto pela amiga. Ela está auto-exilada em São Paulo onde faz seu doutorado. Sente saudades do seu nordeste.

Aqui em Itajaí, SC, faz uma manhã amarrotada, com clima insosso, friozinho de leve, acabrunhamento nas nuvens que tampam todo o céu. Um clima paulistano. Aliás, acordei balbuciando “Paulista”, de Eduardo Gudin e Costa Netto, lindíssima canção-poema sobre a avenida mais conhecida da Poluicéia.

Então, porque é domingo, e porque deu uma saudadinha de caminhar na Paulista nos domingos vazios pela manhã, deixo “Paulista”, a letra, e uma versão dela, você ouve aqui.

Na Paulista
Os faróis já vão abrir
E um milhão de estrelas
Prontas pra invadir
Os jardins
Onde a gente aqueceu
Numa paixão
Manhãs frias de abril

 

Se a avenida
Exilou seus casarões
Quem reconstruiria
Nossas ilusões?
Me lembrei
De contar pra você
Nessa canção
Que o amor conseguiu

 

Você sabe quantas noites
Eu te procurei
Nessas ruas onde andei?
Conta onde passeia hoje
Esse seu olhar
Quantas fronteiras
Ele já cruzou
No mundo inteiro
De uma só cidade

 

Se os seus sonhos
Emigraram sem deixar
Nem pedra sobre pedra
Pra poder lembrar
Dou razão
É difícil hospedar
No coração
Sentimentos assim

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