Outro dia, estranhei a nota de Manuel Pinto no Mediascopio de que Claude-Jean Betrand teria morrido.
Cacei a informação nas edições eletrônicas dos jornais franceses e norte-americanos e não vi nada. Deixei um comentário no Mediascopio, e Manuel Pinto tornou a confirmar o ocorrido reproduzindo, inclusive, email com a informação encaminhado por familiares.
É uma pena o passamento de Claude-Jean Bertrand. O teórico francês foi responsável internacionalmente por uma retomada – sob um certo viés – da discussão sobre a responsabilização das mídias pelos efeitos que causam as notícias. No Brasil, a Editora da Universidade do Sagrado Coração (Edusc) lançou dois títulos de Bertrand: A Deontologia das Mídias e O Arsenal da Democracia. E temos ainda tão poucos trabalhos de fôlego na área da ética e da deontologia que tais títulos foram fácil e rapidamente absorvidos por professores e alunos, que logo os trouxeram para suas bibliografias básicas.
Betrand cunho o conceito de MARS ou MAS, dependendo do título e da tradução. Trata-se de meios para assegurar a responsabilização dos meios de comunicação. Esse conjunto de dispositivos e ações vão de ombusman a revistas especializadas, conselhos de imprensa a quadros nas redações, etc.
Embora eu tenha uma ligeira crítica ao conceito, ele vem a calhar e muito nos auxilia a pensar um outro lugar para os meios de comunicação no panorama contemporâneo e na vida social como um todo. Bertrand contribuiu, e a perda de um intelectual nos dias de hoje não é luxo que podemos ter.
Rogério,
Depois de um começo de ano atribulado, parei para pesquisar no Google o que tínhamos de novo do Claude-Jean Bertrand nos últimos meses e levei este grande susto.
Meu principal trabalho acadêmico (leia o resumo em http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/07/387369.shtml) tem o conceitos deste autor como base. Mesmo atrasado, não posso conter meu sentimento de luto.
Um abraço.
Andrei Freitas Teixeira