uma revista de ética!

Esbarrei hoje na sala dos professores com um exemplar de Ética & Meios, revista editada pelo Espaço Ética.

A publicação está no seu primeiro número, que data de fevereiro de 2008, tem 24 páginas em papel couché, e se destina a pensar a mídia, assuntos que estão fora dela e ética em geral. Com o slogan “Por uma crítica construtiva da mídia”, a revista tem como publisher o professor Clóvis de Barros Filho, bastante conhecido nos meios acadêmicos por seus textos e pesquisas acerca do assunto Ética da Comunicação.

O lançamento – discretíssimo, diga-se de passagem – não chegou a essas bandas do sul, mas a iniciativa merece elogios. Afinal, alguém já ouviu falar de uma revista sobre ética no Brasil? Alguém aí já viu alguma publicação impressa sobre crítica de mídia circulando? Pois é…

Nesta edição, um perfil de Mario Vitor Santos (ex-ombudsman da Folha e atual do IG), uma pensata sobre a ética das coligações partidárias, uma reportagem sobre corrupção e outros textos.

A revista é agradável e importante, mas tem um porém: faltou ao leitor um expediente com dados de como assinar, como mandar sugestões e críticas…

monitor de mídia 136

Nova edição na rede.

Confira!

http://www.univali.br/monitor

 

 

hackearam o mídia e política!

Sabotaram mais um site de observação de mídia nacional. Se em novembro de 2007 foi o Observatório da Imprensa (lembra?), agora foi a vez do Mídia e Política.

Leia a nota oficial dando a notícia e o novo endereço do site:
Nosso site foi invadido por um hacker, atualizaremos nossas edições na página www.mepnempp.blogspot.com enquanto solucionamos o problema. A mudança não permitirá, por enquanto, o acesso a textos anteriores a esta edição, mas será mantida a periodicidade quinzenal da página e a qualidade do conteúdo”

credibilidade da mídia: mais um capítulo

Reproduzo excelente texto de Venício A. Lima no Observatório da Imprensa.

A (des)confiança na mídia

Telespectadores da edição de terça-feira (22/1) do Jornal da Globo e leitores do jornal O Globo (24 e 25/1) foram surpreendidos com a informação de que “brasileiros confiam mais na mídia” e que “o governo ficou em último lugar” (entre as instituições mais confiáveis), segundo pesquisa realizada por uma empresa de nome Edelman. Surpreendidos porque outros resultados divulgados recentemente indicam tendência exatamente oposta.O que justificaria mudança tão repentina na opinião dos brasileiros?Um estudo mundial sobre a credibilidade das instituições, contratado pela BBC, a Reuters e o The Media Center, realizado em março de 2006, revelou que, no Brasil, mais da metade dos entrevistados – ou 55% – declarou que não confiava nas informações obtidas através da mídia. Entre todos os países pesquisados, esse percentual era igual ao da Coréia do Sul e só não era maior do que o obtido na Alemanha (57%). Além disso, a pesquisa revelou que, comparativamente, o Brasil era o país onde os entrevistados estavam mais descontentes com a sua própria mídia: 80% disseram que a mídia exagera na cobertura das notícias ruins; 64% concordam que raramente encontram na grande mídia as informações que gostariam de obter; 45% não concordam que a cobertura da grande mídia seja acurada; e 44% declaram ter trocado de fonte de informação nos 12 meses anteriores por terem perdido a confiança [ver, neste Observatório, “Pesquisa revela a (des)confiança na mídia“].

Parte da elite

Por outro lado, além das sucessivas pesquisas de opinião realizadas pelos principais institutos brasileiros (Ibope, DataFolha, Sensus, Vox Populi) indicarem índices positivos de avaliação do governo, o LatinoBarômetro 2007 divulgado em novembro de 2007 mostrava que o presidente do Brasil foi o mais bem avaliado da América Latina (ver aqui).

Ao contrário, a notícia publicada no jornal O Globo (25/1, A-8), com o título “Brasileiros confiam mais na mídia” e subtítulo “Pesquisa mostra que imprensa tem credibilidade para 64%; governo, para 22%” afirma que:

“Pesquisa realizada pela multinacional de relações públicas Edelman mostrou que 64% dos brasileiros consideram a mídia a mais confiável das instituições. Conforme informou ontem a coluna Ancelmo Gois, no Globo, o governo é a instituição de menos credibilidade para os brasileiros – apenas 22% das pessoas ouvidas disseram ter confiança” [ver abaixo texto integral da matéria].

Um leitor atento, no entanto, que não se inclua entre os brasileiros entrevistados e não confie tanto assim na mídia, poderá, ele próprio, visitar o site da Edelman – a maior empresa de relações públicas do planeta, com sede em New York/Chicago e escritórios em 46 cidades de 23 países dos 5 continentes, inclusive São Paulo – e obter informações fundamentais que não encontrará na matéria de O Globo sobre a tal pesquisa.

O “2008 Edelman Trust Barometer” foi realizado nos meses de outubro e novembro de 2007 e os 150 (isso mesmo, cento e cinqüenta) entrevistados, por telefone, no Brasil, são considerados (por quais critérios?) “líderes de opinião” – 50 deles entre 25 e 34 anos e 100 entre 35 e 64 anos. Eles têm curso superior, pertencem aos 25% detentores do maior nível de renda por domicílio e têm grande interesse em assuntos relacionados à mídia, à economia e aos negócios públicos.

Trata-se, portanto, de uma amostra de parte da elite brasileira, sem qualquer representatividade do conjunto da população.

Amostras representativas

Lendo e relendo os textos das matérias de O Globo e do Jornal da Globo, fica-se com a impressão de que eles foram escritos deliberadamente para passar a impressão (falsa) de que a maioria dos brasileiros confia mais na mídia do que no governo. As matérias, ao não contextualizarem a informação e omitirem dados essenciais sobre a pesquisa da Edelman, acabam por contar uma meia verdade que esconde uma inverdade.

Não é sem razão que a credibilidade da mídia, revelada por pesquisas feitas com amostras estatisticamente representativas do conjunto da população, é – ao contrário do que diz O Globo – cada vez menor entre os brasileiros.

atlas de mediawatchers: 1

Que tal uma lista de sites de observatórios de mídia, de ombudsmen e de blogs que se ocupam de acompanhar criticamente os meios de comunicação?

Comecemos pelo Brasil. Quer participar? Mande a sua sugestão de link!

Próximos capítulos:

  • América Latina

  • Estados Unidos e Canadá

  • Europa

  • África, Ásia e Oceania

monitor de mídia 135

Está na rede mais uma edição do Monitor de Mídia, projeto de acompanhamento da mídia catarinense. Trata-se do número 135, o último deste ano. Na pauta, notícias de crianças abandonadas, mulheres mutiladas, mercantilização da infância, concentração da mídia, entre outros assuntos.

Vá conferir!

kucinsky, barros filho e ramonet

Aqui em Salvador prosseguem os trabalhos do Fórum Internacional Mídia, Poder e Democracia. Na manhã de hoje, debatemos o papel dos observatórios de imprensa em meio à democracia. Pincei algumas frases do debate.

(Evidentemente, não citarei as minhas frases na mesa. A apresentação que preparei pode ser acessada aqui (forum_midia_poder_democracia.ppt)

Bernardo Kucinsky, professor da USP: “Acho um equívoco grave, por exemplo, o governo acabar com o sistema de comunicação estatal – como a Radiobras – antes de colocar em funcionamento a rede de TV pública que está anunciando. Vamos torcer para que a rede não seja um apêndice do governo; que seja plural, republicana e radicalmente jornalística”.

Clóvis de Barros Filho, professor da USP e ESPM: “Essa história do saber prático que se dissemina no mercado jornalístico faz do professor de ética um ser bizarro. O que ele diz parece coisa de outro mundo!”

Ignácio Ramonet, diretor do Le Monde Diplomatique e do Media Watch Global: “A mídia é, hoje, um dos principais problemas da democracia. Eu sei, isso é paradoxal. Mas é verdade. E por isso precisamos de observatórios de meios”.

Bernardo Kucinsky: “Temos um código de ética que não é do jornalismo, é do jornalista. Então, não é um código negociado com as empresas. O empresariado não segue esse código. Então, fica um código meramente simbólico”.

Clóvis de Barros Filho: “Para o mercado, esse tal saber prático funciona como condição de existência no campo jornalístico. Mas funciona também para ter trânsito nele e a ele pertencer. E se é assim, o saber prático também está a serviço dos dominantes do campo”.

Ignácio Ramonet: “Os observatórios devem ir além de publicar estudos. Devem se organizar de forma completa e atuar junto à sociedade”.

Bernardo Kucinsky: “Sugeri lá na Secom (Secretaria de Comunicação do governo federal) que se criassem linhas de crédito para pequenos órgãos impressos, por exemplo, para incentivar o setor, a exemplo do apoio dado pelo Ministério da Cultura a produções independentes no cinema”.

Luiz Lasserre, jornalista de A Tarde: “Não podemos colocar os observadores num pedestal. Aliás, eu provoco: por que não termos um observatório dos observatórios de mídia? Por que não realizarmos um estudo deontológico dos observadores?”

Ignácio Ramonet: “Uma pergunta se coloca: quem irá observar os observadores?”

renoi no 5º encontro da sbjor

Pesquisadores da Rede Nacional de Observatórios da Imprensa – Renoi – participam entre os dias 15 e 17 de novembro da 5ª edição do Encontro Nacional de Pesquisadores de Jornalismo. O evento acontece em Aracaju, Sergipe, e já conta com mais de 300 inscrições de todo o Brasil.

Veja a onde estarão os pesquisadores da Renoi durante o evento:

  • Dia 15, às 19 horas: abertura oficial, com a presença de diversas autoridades, inclusive o presidente do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo, Gerson Luiz Martins
  • Dia 15, às 20 horas: Conferência de abertura com Maxwell McCombs (Universidade do Texas) sobre Metodologias de Pesquisa em Jornalismo. Coordenação da mesa: Luiz Gonzaga Motta
  • Na Mesa Coordenada “Metodologias de Pesquisa em Jornalismo Digital”, participa a Thaís de Mendonça Jorge, com o trabalho “Como trabalhar com a notícia em rede: sugestões de metodologia para pesquisa em jornalismo digital”
  • Na Mesa Coordenada “Metodologias de Análise e Crítica de Mídia”, participam Danilo Rothberg (“Enquadramento e metodologia de crítica de mídia”), Guilherme Canela (“Monitoramento de mídia e estratégias de cooperação com as personagens da notícia: a importância do diálogo informado com a imprensa nos processos de desenvolvimento”), Josenildo Luiz Guerra (“Monitoramento de Cobertura e Produção Experimental Monitorada: pesquisa aplicada voltada para a qualificação de produtos e processos jornalísticos”) e Victor Gentilli (“Metodologia para crítica de mídia: como estudar o silêncio?”)
  • eu apresento o trabalho “Credibilidade jornalística e reputação na blogosfera: mudanças entre dois mundos” e coordena a Sessão 7 de Comunicações Individuais

Mídia, Poder e Democracia: evento

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 Saiu a programação do Fórum Internacional Mídia, Poder e Democracia, promovido pelo CULT – Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura -, pelo Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade, da UFBA, e pelo Observatório Brasileiro de Mídia/Media Watch Global.

O evento acontece de 12 a 14 de novembro em Salvador, Bahia, e tem como patrocinadores a Petrobras e o Governo Federal.

Nomes de peso desembarcam na capital bahiana na semana da República: Marilena Chauí, Emir Sader, Tereza Cruvinel, Bob Fernandes, Beth Carmona, Laurindo Leal Filho, , Marcus Figueiredo… Participo de uma mesa sobre os observatórios de mídia e a democracia, ao lado de Ignácio Ramonet, Bernardo Kucinski e Carlos Tibúrcio.

A programação do evento pode ser encontrada aqui.

monitor de mídia 134

Já está na rede a edição de novembro do Monitor de Mídia.

Em pauta, o tratamento dado pelos jornais do interior catarinense sobre o meio ambiente, a TV digital no Brasil, o novo código de ética dos jornalistas, entre outros assuntos.

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(clique para ampliar)

nova edição do monitor de mídia

Acabamos de colocar na rede a edição nº 133 do Monitor de Mídia.

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www.univali.br/monitor

monitor de mídia em nova fase

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Colocamos hoje na rede mais uma edição do Monitor de Mídia, site que acompanha a imprensa catarinense desde 2001. Mas desta vez, chegamos aos leitores com novo site, novas preocupações e uma renovada proposta de monitoramento da mídia local.

A reforma não foi só estética, pelo que se pode constatar. Ficamos mais um de mês em reuniões de revisão do projeto, de planejamento de ações e de ajustes na rotina interna da equipe para que tudo pudesse funcionar.

Em meio a isso, o sistema de criação e alimentação de páginas web da Univali mudou, e com isso, sofremos diversos problemas operacionais. A edição que já está na rede resistiu a uma avalanche de entraves tecnológicos, mas está pronta para ser lida e criticada pelos leitores.

O que mudou? Ora, vá lá conferir.

Se você já era nosso leitor, entre e fique à vontade. Se não era, seja bem-vindo. Se gostou do que viu, conte pros amigos. Se não gostou, já sabe: indique para os inimigos.

crítica de mídia e educação para os meios

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Carlos Castilho entrevistou o ombudsman do portal IG, Mario Vitor Santos, e para ele, “crítica de mídia deveria ser obrigatória nas escolas”.

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renoi no youtube

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Já está no YouTube o primeiro documentário sobre o Encontro da Renoi, que aconteceu em junho em Vitória. Com 6 minutos e 36 de duração, o trabalho foi produzido pelos estagiários da ANDI e pode ser acessado aqui.
Parabéns!!!

ombudsman do UOL

Tereza Rangel estreou hoje na função de ombudsman do UOL. Na verdade, estreou o próprio cargo no portal. “Estou muito ansiosa para começar nosso diálogo. Afinal, esta é um grande mudança. Passei os últimos oito anos fazendo o conteúdo do UOL para o público que para mim era mais ideal do que real. Nesta nova função, o internauta vai se materializar, e estou achando essa idéia muito excitante”, escreveu em seu primeiro post.

Este é o segundo ombudsman de grandes portais da internet brasileira. Tudo começou com Mario Vitor Santos no IG.

podcast do monitor again

Podcast atualizado.
Confira!

Ouça!!

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uma rede latino-americana

Carlos Castilho atualizou o blog do Conversatório com uma proposta de criação de rede latino-americana de observatórios de mídia. A proposta vem em bom momento. Nós, da Rede Nacional de Observatórios de Imprensa (Renoi) estamos avançando em nossa organização interna e louvamos qualquer iniciativa semelhante.

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mídia e política

Na rede, também uma nova edição do Mídia e Política, temática sobre os meios de comunicação e o governo FHC.
Textos de Mauro Porto, Ana Gabriela Guerreiro, Valquíria Passos Kneipp, Leonardo Brito, Cristina Sêga, Joana Wightman e Octavio Penna Pieranti.

pra ler e ouvir

Já está disponível a edição nº 130 do Monitor de Mídia.
Conteúdos de crítica de mídia da imprensa catarinense para ler e para ouvir.

Se quiser, ouça também pelo podcast.

briguinha (de leve)

Suzana Barbosa comenta no GJOL que o anúncio da criação do ombudsman do UOL provocou imediata reação do IG, que já tinha tido a idéia antes. O portal colocou na rede o blog do seu ombudsman, Mario Vitor Santos, que por sinal já foi ombudsman da Folha de S.Paulo. A Folha é uma das acionistas do UOL…

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crítica de mídia

Da Argentina, há um projeto interessantíssimo chamado Centro de Estudios y Observación de Medios (CEOM), da Universidad Nacional de La Plata.

Da Espanha, há o SOI, Servicio de Observación sobre Internet, um observatório digital.

Da Bahia, existe o blog Leia Mídia, de Marvin Kennedy.

uol sai na frente

Em 1989, a Folha de S.Paulo veio com a novidade: ombudsman!

Depois, outros jornais adotaram a idéia.

Teve até emissora de rádio e de TV, a TV Cultura de São Paulo, que abraçou o conceito.

Agora, é a vez da web. O Uol anunciou a criação do cargo de ombudsman. Bom, muito bom.

Próximos passos

O encontro da Renoi terminou na noite deste sábado com perspectivas muito positivas para a continuidade dos trabalhos da rede. Entre as próximas ações estão a publicação do livro Observatórios de Imprensa: olhares da cidadania, o estudo para implantação do site da rede, e a definição de uma política de auxílio aos nós em formação da Renoi.

Evento de imersão

O terceiro e último dia do Encontro da Renoi foi marcado por profundas discussões sobre a natureza da rede, seu foco, direção e futuro. Logo pela manhã, os participantes da rede debateram exaustivamente essas questões, preparando o terreno para a plenária marcada para o final da tarde.

Por consenso, foi alterada a programação do evento, antecipando a plenária para o início da tarde e colocando a mesa de discussão de metodologias de análise de mídia em seguida.

A plenária iniciou depois das 15 horas e só terminou quando já passavam das 18. Cansados, suados e determinados, os heróis da resistência que sobreviveram à maratona do encontro assistiram à apresentação de Victor Gentilli e à proposta de Josenildo Guerra de produção experimental monitorada.

Influência no desenvolvimento pode sustentar atuação dos observatórios

Guilherme Canela, da ANDI, defendeu de forma categórica a estreita relação que devem ter imprensa e desenvolvimento como justificativa para uma efetiva crítica de mídia. “Diversas entidades e organismos têm eleito a ligação e a contribuição para o desenvolvimento como suas prioridades. Claro que há muitos conceitos para isso, mas escolhemos essa noção para o trabalho da ANDI e seus parceiros”, disse, lembrando que a Rede ANDI contém onze pólos de atuação no país e reúne treze países na América Latina. (Para se ter uma idéia, a ANDI monitora diariamente 220 jornais no continente!)

Segundo Canela, essa ligação entre meios de comunicação e desenvolvimento dos países pode se manifestar em diversas temáticas. A ANDI percebeu que, ao menos no Brasil e no início dos anos 90, as preocupações com as coberturas de infância e adolescência eram prioritárias no que tange ao desenvolvimento social, fato que ajudou a definir o próprio perfil da entidade.

Para Guilherme Canela, ao se apegar ao conceito de desenvolvimento, os observatórios de imprensa conseguem sair do mero monitoramento dos meios e retroalimentam a imprensa, contribuindo para seu verdadeiro aumento de qualidade.

Projetos em consolidação aceleram

A mesa com os relatos sobre as experiências mais recentes da Renoi mostrou que esses projetos em formação estão em ritmo acelerado. Ângela Loures, da Renoi Vale do Paraíba, informou que está estruturando sua equipe, já colocou seu site na internet e busca de apoio da Pró-reitoria de Extensão da Unitau para atualizações mais freqüentes e mais infra-estrutura operacional. Em paralelo, a própria Ângela atua junto à imprensa local, dando visibilidade do monitoramento feito pelo seu projeto. A pesquisadora faz parte do Conselho de Leitores do jornal Vale Paraibano, o mais influente na sua região.

No Rio Grande do Sul, Marcos Santuário lidera o Mídia em Foco, projeto em gestação na Feevale. Lá, o site do projeto que deve monitorar a imprensa gaúcha está em fase de preparação e há planos para programas televisivos de debates.

Ananias de Freitas, o Zeca, relatou que na PUC de Minas os esforços para a instalação de mais um observatório de imprensa visam vincular fortemente o projeto à estrutura curricular do curso de Comunicação, onde ele mesmo ministra a disciplina de Ética e Crítica de Mídia. “Vem sendo articulado um outro projeto também, o Observatório das Metrópoles, e queremos acoplar o nosso observatório de meios de comunicação a isso”, completou.

Da Paraíba, Wellington Pereira contou a trajetória de seu grupo de pesquisa, o Grupecj, que existe desde 2002 e sempre se pautou nos estudos da sociologia do jornalismo, imersos nas discussões sobre o cotidiano neste campo. “O Grupecj ainda está buscando parceiros e sustentação para a análise da mídia, e estamos prioritariamente trabalhando com jornais impressos”, disse. Suas preocupações são de ordem metodológica. “Não se trata de fazer da crítica da mídia, a mídia das críticas, é preciso mais”.

Mesmo tendo uma longa trajetória de observador dos meios de comunicação, Victor Gentilli fechou a mesa das experiências recentes da Renoi, relatando a sua trajetória desde o final dos anos 80.

petit comité

O encontro da Renoi segue hoje com mini-curso oferecido por Luiz Martins da Silva (SOS Imprensa) e relatos das experiências mais consolidadas em crítica de mídia na rede. Participam desta mesa Fábio Pereira (Mídia e Política), Ana Prado (Agência Unama), Luiz Martins da Silva (SOS Imprensa) e eu, pelo Monitor de Mídia.

À tarde, novos relatos, agora dos grupos mais recentes.  Marcos Santuário fala do Mídia em Foco; Ananias de Freitas conta como andam as coisas na Puc de Minas; Wellington Pereira fala de seu Grupecj e Angela Loures atualiza as informações da Renoi-Vale do Paraíba.

No final do dia,  o evento avança com a mesa A imprensa diante da crítica de dimensão nacional, com Luiz Egypto (Observatório da Imprensa), Guilherme Canela (ANDI) e Thaís Mendonça (Mìdia e Política).

O evento é restrito, verdadeiro petit comité. Com os alunos participantes e os diversos convidados, não devemos ser mais que trinta pessoas. Grupo pequeno, mas muito concentrado. Aliás, ficaremos três, quatro dias no mesmo hotel, com a mesma rotina, convivendo e articulando soluções para a Renoi e o seu futuro. Não é pouco. E pra pouca gente, é muito…

Gonzaga Motta faz conferência de abertura

O professor Luiz Gonzaga Motta, da Unb, esbanjou erudição na conferência de abertura do 1º Encontro Nacional de Observatórios de Imprensa. “Talvez pela primeira vez na minha vida acadêmica, eu faça o uso da palavra lendo a minha fala. É que eu gostaria muito de perseguir um raciocínio sem me desviar tanto”, justificou já de início.

Lendo com voz calma e convidativa, Gonzaga Motta atuou mais como um cicerone que conduz seus ouvintes por um sinuoso percurso teórico que foi do surgimento das línguas à prática atual da crítica dos meios de comunicação. Citando George Steiner, Gadamer, Wittgenstein, Habermas, Amartia Sen, entre outros, o conferencista frisou a importância da linguagem na história do homem e no seu próprio desenvolvimento. Fez mais: salientou o exercício da crítica como uma prática hermenêutica, e com isso, a necessidade de sustentar histórica, moral e socialmente essa atividade. Daí a necessidade de se apegar a uma ética universalista que se apóie em conceitos concretos como o desenvolvimento humano. “Tenho dito e repetido que este é um caminho que acredito muito para a crítica dos meios de comunicação. Um caminho para os próprios meios de comunicação”, disse.

Para Gonzaga Motta, o apego a critérios claros do ponto de vista teórico e moral são fundamentais para embasar e legitimar os críticos de mídia em seus tempos. Mais ainda: vincular-se a esses valores auxilia a criar pontes entre as pessoas, traçar aproximações, diálogos, como se todos falássemos a mesma língua, como as ancestrais antes de Babel…

começa o 1º encontro da Renoi

Um depoimento em vídeo do jornalista Alberto Dines abriu os trabalhos no 1º Encontro Nacional de Observatórios da Imprensa, na noite de ontem, 31, em Vitória (ES). A curta fala de Dines atestou o início dos trabalhos em crítica de mídia sistemática no país, lembrando que o projeto Observatório da Imprensa começou numa universidade – a Unicamp – e o encontro da Renoi que ora começava dava continuidade a esse trabalho. “Hoje, é uma rede de universidades, a Renoi, que dá seqüência natural ao nosso trabalho”, disse Dines.

Segundo Victor Gentilli, organizador do evento, a gravação do depoimento em vídeo partiu do próprio Dines, por sua impossibilidade de viajar a Vitória na ocasião.

O 1º Encontro Nacional dos Observatórios de Imprensa tem o patrocínio da Facitec, da UFES e a Prefeitura de Vitória. Apóiam a iniciativa a SBPJor, ANDI, Fest, Ecos, Observatório da Imprensa e Centro Dom João Batista.

observatórios ignoram caso RCTV

Vasculhei alguns dos observatórios de meios da América Latina e percebi que quase todos estão ignorando solenemente o caso da RCTV na Venezuela.

Passei pelo Observatório Fucatel do Chile, e nada. Pelo Observatorio Ciudadano de la Comunicación, do Equador, e nada; fui até o Foro de Periodismo Argentino e o Observatório da Union de los Trabajadores de Prensa de Buenos Aires (UTPBA) e nada também.

Na Colômbia, há sinais: o blog do Observatorio Independiente de los Medios trouxe em seu blog um breve post com vídeo para o YouTube. No Medios de La Paz, não há nada, embora figure logo no início da página a chamada para o Seminário Internacional Libertad de Prensa: herramientas y estratégias, que acontece amanhã e quinta, dias 30 e 31 de maio.

Victor Solano, em seu blog Comunicación?, traz um post com links para os últimos minutos da RCTV

No Brasil, o Observatório da Imprensa veio à carga contra a ação de fechamento do canal por Hugo Chávez.

Perturbador, foi perceber que no Observatorio Global de los Medios, capítulo Venezuela, nada havia sobre o assunto. Ao invés disso, hoje pela manhã, a entidade distribuía links para um longo estudo sobre o comportamento da imprensa local nas eleições de 2006.

Não entendi, confesso…

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