Bolsonaro e sua accountability autoritária

A democracia não se resume à eleição de representantes e à repartição de poder. Há mais coisas sobre a mesa, e uma delas é a prestação pública de contas por autoridades. A coisa tem nome de difícil tradução – accountability -, mas de fácil entendimento: quem exerce uma função ou cargo público precisa dar satisfações a quem tem o poder mais supremo: a população, o eleitorado, o povo.

Enquanto era presidente da República, Jair Bolsonaro não convocava entrevistas coletivas, não tolerava coberturas críticas nem questionamentos. Seu governo não foi conhecido por sua simpatia por transparência e abertura. Nas quintas-feiras à noite, ele até fazia suas lives no YouTube, simulando se dirigir à população sem intermediários, mas falando apenas o que queria sem nenhum contraponto ou perguntas mais delicadas.

Danilo Rothberg, professor da Unesp, eu, e Fernando de Oliveira Paulino, professor da UnB, chamamos a estratégia de Bolsonaro de Accountability Autoritária, e escrevemos um capítulo sobre o tema. Saiu agorinha no livro Understanding Accountability: New Perspectives on a Fractured World, organizado por Mathew Flinders, Gergana Dimova e Chris Monaghan (Ed. Routledge). Saiba mais aqui.

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