retorno

Não tenho sido um bom menino.
Não tenho respondido aos comentários de meus raros leitores.
Por isso, farei isso aqui e agora. Senta que lá vem história!

No post utopias tecnológicas, Rogério Kreidlow sugeriu mais algumas:

1) Web via satélite, gratuita como a TV, sem queda de conexão e com uma largura de banda igual a do Pentágono.
2) Celular que funcionasse como mp3 player, câmera de vídeo e foto (de alta resolução), gravador, GPS via Google Earth e cuja bateria durasse pelo menos uma semana (detalhe: com conexão via satélite, para nunca ficar fora de área);
3) Integração total entre esse celular (via wireless) com o PC, a TV, o carro, o guarda-chuva, sei lá…
4) Um aplicativo on-line (que servisse tanto pra esse celular, como pra tv, o carro e o guarda-chuva) que agrupasse e-mail, grupos de discussões, bookmarks e o que mais seja útil (detalhe: customizável).
5) Uma multifuncional extremamente potente, capaz de imprimir dinheiro de verdade, para que a gente pudesse ter acesso a tudo isso…
Assim que lembrar de mais alguma coisa, comento. Tem várias. Abraços

No mesmo, Larissa reforçou a necessidade:

HAHAHAHA! Eu fui editora de imagem de uma TV por quatro meses e ainda faço isso pra ganhar uma graninha por fora. Sei o que é um monte de fios infernizando minha vida. Sim, os fios! Odeio. Me livrar deles já seria um fardo a menos pra carregar.

Monitorando responde:

Rogério, eu apenas inverteria a ordem das suas utopias e colocaria a multifuncional antes de tudo… hehehe…
Larissa, vamos acabar com os fios do mundo!Vamos montar uma brigada anti-fios!  hehehehe…

***

No post  esperando godot, Rogério Kreidlow trouxe dois rabiscos:

 Como te disse pessoalmente na sexta, o ritmo do blog está ótimo. Os PDFs linkados são boas referências – é muita coisa sendo produzida, é até difícil de ficar por dentro e conhecer a maioria na íntegra, mas o fato de linkar a produção já ajuda a organizar um pouco a “bagunça”. E quanto aos projetos aí acima, se for pra produzir conhecimento, investimento nunca é demais. Mas o legal mesmo (talvez seja só minha opinião momentânea) é se uns 10% desse conhecimento todo tivesse espaço em nosso mercado de apertadores de parafusos… Uma pena. Abraços

E ainda…

Só pra complementar, depois de ler alguns estudos em PDF, e meio que ligando ao que disse no outro comentário: talvez, para nossa realidade de mercado precisássemos de mais pesquisas como a das rádios comunitárias (”Coronelismo eletrônico de novo tipo”), que mexe mais diretamente com políticos, com a estrutura que mantém a coisa. A “revolta” é um pouco no sentido de termos pesquisas de ponta para o ensino do Jornalismo, sua discussão, etc., e várias iniciativas do mercado, cheias de traços retrógrados, às vezes até desdenharem de tudo isto, considerando coisa de “estudioso” e que não serve muito bem para “se ganhar dinheiro”. Não digo que pesquisas de ponta sejam desnecessárias, pelo contrário. Também não digo que a culpa é toda do mercado, porque, afinal, a gente sabe que a lei do mercado é baseada no lucro, etc. etc. O que deveria ocorrer é um estudo mais debruçado sobre a realidade e o cotidiano da profissão, que – a gente também sabe – tem uma série de problemas, que vai desde a preparação do jornalista até a estrutura da empresa na qual ele trabalha (e hoje em dia muitas já nem tem mais empresas…). Só para fazer uma comparação: na medicina, você passa anos estudando uma vacina, uma técnica cirúrgica ou preventiva, mas a finalidade daquilo é eminentemente prática – afinal, de que adianta descobrir e divulgar a cura de uma doença, se essa cura não for aplicada, né? Na nossa profissão, isso parece não ocorrer. Descobrem-se os agentes causadores de problemas, sugerem-se até mais de um remédio. Mas o remédio fica arquivado, guardado, sendo citados em novos estudos de novos remédios. E os problemas prosseguem, as vezes se alastram, longe dessas sugestões e soluções. Sei também que é complicado penetrar na realidade do mercado para conseguir dados, fazer estudos mais sérios e, ainda mais, sugerir melhorias, porque se trata de uma estrutura privada, repleta de interesses, etc. Mas é que só dispormos de estudos de ponta, de visões abrangentes, “globais”, que tratam do crescimento mundial dos blogs, para citar um exemplo, é residir a anos-luz de muitas práticas “precárias” de mercado. Com esse discurso cada vez mais voltado para o “local”, os problemas e soluções locais, essa disparidade mercado-pesquisa talvez merecesse bem mais atenção. Sei que é um defeito de nós mesmos, que quando vamos estudar, na ânsia de abraçarmos o mundo, acabamos tratando de temas mais amplos. Mas a pesquisa de cunho mais “pragmático” bem que mereceria um incremento. O comentário foi um pouco na pressa, mas é um pouco do que me ocorre conversando com colegas, tanto do mercado quanto da academia. Abraços

Marcia dá uma espetadinha:

e vê se não esquece de mandar trabalho pra SBPJOR. (

Monitorando responde:

Rogério, valeu pelas palavras. Mas como somos xarás, o pessoal vai desconfiar que é tudo armação. Que você não existe, e não passa de um desdobramento de minhas personalidade doentia. De qualquer forma, obrigado.

Sobre as pesquisas e os estudos, sabe, já cheguei num ponto em que não agüento mais esperar. Então, pra mim, tem que acontecer tudo ao mesmo tempo e agora. Pesquisas sobre políticas de comunicação (como a do Venício), sobre a vida dos jornalistas (como a da Zélia Adghirni, também da UnB), sobre narrativas e discursividades (como as do Luiz Gonzaga Motta, do Fernando Resende, da Marcia Benetti…) e por aí vai. Tem espaço pra tudo. Tempo é o que não temos. Não precisamos esperar que as pessoas se alfabetizem pelas vias convencionais para, depois, adestrá-las a mexer em computadores. Temos que fazer tudo junto. Queimando etapas. Como sempre o Brasil fez. É assim que a gente morde os carcanhá dos caras…

Marcia, o artigo já está engatilhado…

2 comentários em “retorno

  1. Legal dar esses retornos. Quando meu blog tivero mesmo sucesso (^^) e meus comentários incrementarem, também vou fazer disso. Heheh. Brincadeira à parte, obrigado pelo retorno. Mas é isso, bom trocar idéias. Pior que temos que ir a rodo mesmo, não temos mais tempo. Se souber de uma vaga pra pesquisador, me predisponho a ajudar a apurar a coisa, hehe. Abraços

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