Conheci o professor André Barata na semana passada e fiquei particularmente encantado com suas ideias sobre o tempo. Barata é filósofo e professor da Universidade de Beira Interior, de Portugal, e está lançando “E se deixássemos de sobreviver?” No livro, explica e critica o que chama de “ditadura do tempo”. Segundo o autor, somos levados a viver uma experiência de tempo tão acelerada, tão carregada na obsolescência, que sequer temos tempo para fruir o tempo! Não vivemos, sobrevivemos! Daí que a atitude mais radical seja fazer o contrário de correr, seja parar.
Estão em cena conceitos como trabalho, rendimento, produtividade, crescimento e decrescimento. Estão embutidos também realização pessoal, pressão social, competitividade, sucesso e tantos outros.
O tema do tempo é muito complexo e responder sobre o que ele é poderia levar mil anos. Daí que André Barata se faz outras perguntas: Estamos a viver o tempo diferente da maneira como vivíamos? De que maneira nós controlamos a nossa experiência do tempo?
Barata não está sozinho nessa. Acaba de sair aqui na Espanha “No tengo tiempo”, do sociólogo Jorge Moruno, um crítico mordaz das engrenagens capitalistas produtivistas.