Larguei o Facebook por uma semana, mas ele não me largou. Ficou mandando notificações por email com comentários dos mais próximos, marcações de fotos e convites para eventos, os mais inusitados. Dizer que resisti bravamente é um exagero. Nem precisou. Afinal, me senti tão leve e tranquilo nesse período que vou estendê-lo por tempo indefinido até que eu simplesmente delete a conta.
Sim, eu sei que já poderia fazer isso neste momento, mas alargar o detox é uma maneira de chamar a atenção dos poucos que me seguem e, quem sabe, motivá-los a fazer o mesmo. Eu disse poucos, mas Zuckerberg me corrigiria: são mais de 3 mil pessoas! Ora, sabemos que este é um número abstrato e que o algoritmo de distribuição dos posts só alcança a vizinhança…
Então, este curto balanço da experiência, escrito e publicado originalmente para meu blog também será publicado no Facebook, para aumentar a marola.
O que aconteceu comigo nesta semana?
> depois de postar um aviso na “pior rede” e desinstalar os aplicativos dela e de Messenger do celular, não tive nenhuma vontade de voltar à plataforma;
> as pessoas que me buscaram por essas vias respeitaram minha decisão e me alcançaram por outras vias e isso foi ótimo!
> não me senti desinformado porque notícias dos mais queridos me chegaram por telefone, email e Twitter;
> não penso ter perdido nenhum evento importante da minha vida por isso;
> tive muito mais tempo para ler e comecei a devorar um romance;
> tive muito menos ansiedade, e passei a tomar um demorado café da manhã de 15 minutos ao mesmo tempo que assistia aos gatos brincarem no jardim;
> tive mais tempo para ouvir podcasts encalhados e até descobri uma meia dúzia de novos;
> tive tempo até para assistir filmes e séries na TV, e fui ao cinema…
> não me senti drenado de energia vital na primeira hora de conexão à internet; eu lia notícias, navegava por YouTube, e transitava dinâmico de um ponto a outro;
> senti que tinha mais foco e concentração nas tarefas online que me propunha; o que me ajudou bastante foi ter um bloco de notas e uma caneta do lado. Ao final do dia, eu olhava os rabiscos e tinha a impressão de que tinha feito tudo, ou quase;
> voltei a escrever para este blog e retomar um prazer de lançar ideias como garrafas com mensagens para o mar;
> pude perceber mais momentos de bom humor pessoal, e pude ainda sentir com mais força lampejos intuitivos… eu ouvia a mim mesmo!
É claro que se você leu até aqui há algo que te preocupa com a sua relação com as redes sociais. Pode ser com o Facebook, o Twitter ou Instagram. Cada um escolhe seus caminhos e decide quando se começa a caminhar. Pessoalmente, estou decidido a reduzir meu tempo nessas redes, pois elas não podem ser substitutas das redes sociais verdadeiras, aquelas que a gente faz desde a primeira amizade na infância. Pretendo buscar mais meus amigos por outras vias, esta é a verdade. Talvez eu leve um tempinho até conseguir fazer isso, mas vou insistir. Neste momento do país e do mundo, precisamos cultivar os afetos, e diminuir o tempo diante do teclado me parece ser absolutamente necessário.
Vou sair do Facebook por completo? Muito possivelmente. Talvez logo. Talvez já.
Vou abandonar todas as outras redes? Não. Twitter ainda me interessa, mas só isso por enquanto.
Me acho melhor que você porque venci a batalha contra os gigantes da internet? Não me acho melhor e não venci ninguém. Os gigantes continuam a cobrir o sol e a projetar sua sombra sobre todos nós.
Só quero ter um pouco mais de controle do meu tempo, cuidar dos meus, descobrir coisas novas. No momento, estou brigando para assumir o volante, embora a rotina de caroneiro seja bem confortável…
Continuarei te acompanhando por aqui, Rogério. Adoro o teu blog! Saí do FB há pouco mais de um ano e não tenho saudades nenhuma. Forte abraço!
Oh, querida! Que bom! Sigamos em frente e juntos! 🙂