Estive ontem em Itajaí junto com um grupo de voluntários, e a sensação que tivemos é de que a cidade não caiu de joelhos diante da enchente deste ano. É verdade que muitos bairros foram afetados, que houve perdas materiais terríveis, que o medo e o desespero tomou conta de muitos, mas pelo que pudemos perceber, desta vez, a situação esteve mais sob controle.
Diferente de 2008 que havia perplexidade no olhar das pessoas e pânico no ar, ontem, nos abrigos, até sobrava voluntários. Fiquei pensando nas razões disso. Conversei com diversas pessoas tentando entender, e cheguei à conclusão de que uma soma de fatores permitiram isso: a cheia não foi uma surpresa total, já que os meios de comunicação e os governos locais alardeavam a possibilidade; a população em áreas de risco resistiu menos para deixar suas casas e seguir para os abrigos públicos; a defesa civil e órgãos consorciados tinham mais recursos, gente e know how; algumas obras de retificação de cursos de rio e de aumento de calado no Porto de Itajaí facilitaram a vazão do alto volume de água que descia do Alto e Médio Vale do Itajaí; circulou mais informação por canais tradicionais e alternativos, como as redes sociais, ajudando no quer fosse preciso…
Claro que deu uma tristeza imensa ver parte da cidade debaixo d’água. Recomeçar é tão difícil. Mas o sol que brilhou durante todo o dia de ontem trouxe um novo astral e disposição renovada para voltar a lutar.