Chet Baker e Paul Desmond anunciam a nova estação: Autumn Leaves
Tag: música
Miles Davis faz 90 e continua milhas à frente
Parece piada, mas foi verdade.
Miles Davis estava num jantar na Casa Branca e uma socialite igualmente branca se aproximou dele e tentou se enturmar: “Quem é o senhor e o que está fazendo aqui?”. Miles falou com sua voz de lagarto: “Vim a convite do presidente porque mudei o panorama da música umas três ou quatro vezes”.
As palavras podem não ter sido exatamente as mesmas, mas Miles não exagerou.
No dia em que ele completaria 90 anos – hoje, 26/05/2016! -, basta olhar ao redor, apurar bem os ouvidos e perceber como não apenas foi instrumentista excelente, band leader temperamental, mas acima de tudo um inquieto renovador da música.
Para celebrar o dia do aniversário, alguns presentes:
- Dez tesouros de Miles, no português Observador, pelas mãos de João Cândido da Silva
- O universo do cool visualizado, um site que mostra o impacto cultural de Miles Davis a partir das menções que ele tem em mais de 2,4 mil páginas da Wikipedia em inglês
- Uma galáxia musical, no site oficial do músico
Thelonious Monk
Billie fez 100 e nem parece
Eu poderia começar assim: “Se estivesse viva, Billie Holiday teria feito cem anos ontem…” – Mas não!
Billie está viva, sabemos todos. Então, recomeçarei dizendo que, para uma estrela, um século de existência não é nada, é a espessura de uma folha de papel sobre o Empire State Building… Estrelas giram no espaço por bilhões de anos, e Billie só está engatinhando…
Pois é, nega-véia, o tempo passou e você continua a mesma: sofrida, doída, sensual, rascante, romântica, oblíqua-e-dissimulada, única. Dissonante, inspiradora, emocionante. Tenho pena de quem nunca te ouviu. Tenho mais de quem te escutou, mas não te ouviu. Para aqueles que não cansam de te ver cantar, repetimos a cada verso: volta, vai! Como diz a inscrição famosa de cemitério, “nós que aqui estamos, por vós esperamos!”
Sabe mesmo o que eu quero?
Je Veux d’l’amour, d’la joie, de la bonne humeur…
death jazz!
Começa assim: um japonês gorducho, vestido de preto, com chapéu de aba larga e com pinta de gigolô grita por um megafone. Na verdade, anuncia o título da música que está por vir. Um segundo japonês – este careca! -, vestido com uma camisa coloridíssima, dança como uma minhoca ao mesmo tempo em que toca o seu saxofone. Ele puxa a fila, pois um terceiro japonês com óculos berrantes, cabelos encaracolados (!) e um trompete colado nos lábios, berra notas altíssimas. A luz inunda o palco e já são seis japoneses, uma brigada formada ainda por baterista, tecladista e baixista.
O conjunto da obra é bem esquisito: eles dançam freneticamente, se espalham por todos os cantos e o som atravessa as paredes. Uma sonzeira pra falar a verdade. Parece pop, parece R&B, parece qualquer coisa dançante e irresistível, mas é jazz. Death Jazz!, corrige o chefe da banda, aquele que mais parece um gigolô, e que só se ocupa de desfilar, supervisionar a performance alheia, puxar palmas da plateia e dar palavras de ordem pelo megafone.
Esquisito é pouco. Imagine uma banda japonesa de jazz que põe todo o mundo pra dançar! Até o nome é estranho: Soil & “Pimp” Sessions. Chega de palavras. Arraste os móveis na sala e ouça (em volume alto, por favor).
brandford marsalis: again never
Para a semana começar bem…
aqui, jazz!
Ainda celebrando o Jazz Day…
Jamie Cullum e um jazz muito rock & roll… Mixtape:
E já que ele está de aniversário… 100 anos de Dorival Caymmi, com um jazz sinfônico de O samba da minha terra e Saudade da Bahia:
dia de jazz, bebê!
É hoje! Celebre!
Miles Davis – Cool Jazz
Dizzy Gillespie e Louis Armstrong – Umbrella Man
salve a sua alma
O sempre excelente Jamie Cullum canta e toca um dos melhores momentos de seu mais recente disco “Momentum”:
“Save your soul”
Ao vivo no lendário Abbey Road. Ganhe o domingo e salve a alma…
fernando, dulce e o infante
Fernando Pessoa, transbordante de uma nostalgia nunca vivida – porque não havia pisado o século 16 -, escreveu esse atroz poema. Dulce Pontes, transbordante de emoção, musicou os versos. A apresentação a seguir se deu em Istambul, que já foi Bizâncio e que já foi Constantinopla.
Senta e ouve. Pode chorar, se quiser.
dingo!
Miles Davis, Michel Legrand e uma ilusão fílmica…
jazz messengers and all that jazz…
feche os olhos e ouça
É segunda-feira. Então, siga Astor Piazzolla e Gerry Mulligan…