Já disse aqui que estão agendadas as audiências públicas promovidas pela comissão que reformará as Diretrizes Curriculares para os cursos de Jornalismo. Serão três encontros:
- 20 de março, no Rio de Janeiro: quando será ouvida a comunidade acadêmica
- 24 de abril, em São Paulo: quando entidades classistas e profissionais, e a categoria participará dos debates
- 18 de maio, em Recife: quando movimentos organizados da sociedade em geral estarão debatendo
As sugestões estão sendo recolhidas por email (consulta.jornalismo@mec.gov.br). Mas entidades como o Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ) e a Associação Brasileira dos Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) estão fazendo um corpo-a-corpo com seus associados, pedindo sugestões para compor intervenções mais práticas e pontuais.
Essas consultas estão sendo feitas nas listas eletrônicas e serão sistematizadas por comissões internas das entidades. O trabalho é de formiguinha, e altamente necessário não apenas para dar legitimidade ao processo, mas qualificar e adiantar o debate. Mas o que está em debate, alguém aí pode se perguntar…
1. A comissão de reforma das Diretrizes quer saber qual o perfil desejável de jornalista diante das transformações política, culturais, sociais e tecnológicas contemporâneas.
2. A comissão também quer saber quais as competências a serem construídas na formação superior desses profissionais em termos de conhecimento, habilidades, atitudes e valores.
3. A comissão quer saber a opinião sobre a possibilidade de criação de cursos de graduação e mestrado e doutorado em jornalismo, e não meras habilitações ou linhas de pesquisa de cursos de comunicação.
4. Está em debate também a dupla diplomação. Isto é, “deve o exercício profissional do jornalismo ser permitido a profissionais de outras áreas após uma formação complementar em jornalismo? Em caso afirmativo, como deveria ser essa complementação?”
5. A comissão se preocupa com a formação dos profissionais multimídia. Como ela deve ser feita e com qual perfil?
Pelos questionamentos acima, e pelos que serão deles derivados, dá pra ver o tamanho da reforma que se pode fazer no documento das Diretrizes e no próprio desenho dos cursos de Jornalismo no país. Como já comentei, esta é uma chance histórica.