Eu que achava que o 12º Encontro Nacional de Professores de Jornalismo seria encharcado de discussões sobre o diploma e sobreas novas diretrizes curriculares, acabei não errando. Mas também não acertei em cheio. A crise mundial e a crise identidade do jornalismo – por conta de mudanças estruturais e conjunturais – também são signos fortes nesses dias em Belo Horizonte.
Ontem, por exemplo, no primeiro painel do dia, as falas foram convergentes neste sentido. Baixou climão no auditório. Na sequência, o outro painel refrescou o ambiente, na medida em que os membros da mesa – Josenildo Guerra, Carlos Eduardo Franciscato e Marcos Palácios – trataram de pesquisa aplicada e perspectivas outras para o jornalismo.
Uma questão mineira
No redemoinho da crise, o jornalista Álvaro Teixeira da Costa, diretor dos jornais Estado de Minas e Correio Braziliense e da Associação Nacional de Jornais (ANJ), disse no primeiro painel do dia: “Quedê a ética do jornalismo, sô?”
A indagação em bom mineirês é uma reação à luta intestina entre as emissoras de TV locais: alguns telejornais enfrentam como concorrência programas que apelam para tudo para ter audiência. “Tem um aqui que o apresentador se vestiu de Batman e estava sorteando salários mínimos pros telespectadores”, contou Teixeira da Costa.
GPs
Antes mesmo de Rubinho Barrichello correr no Grande Prêmio da China, houve GPs aqui em BH: os Grupos de Pesquisa, a ocasião em que os pesquisadores apresentam suas pesquisas, seus relatos, suas experiências. Estavam inscritos 76 trabalhos nos seis GPs do Encontro. Nem todos foram apresentados, e a presença de alunos de jornalista das três instituições organizadoras – UNA, UniBH e Faculdades Pitágoras – foi marcante e bem ativa.
A 12ª edição do ENPJ continua hoje com o 2º Colóquio Ibero-Americano de Ensino de Jornalismo. Os convidados são João Canavilhas (Universidade da Beira Interior, Portugal), Miguel Wiñazki (Máster em Jornalismo do jornal Clarín com as universidades de San Andrés, Colúmbia e Bologna, Argentina), Carlos Gerardo Agudelo Castro (Universidade de Antioquia, Medellín–Colômbia) e Sérgio Luiz Gadini (UEPG, Brasil). Gerson Martins faz a mediação.
A transmissão ao vivo pelo Twitter continua em http://twitter.com/12enpj
Aqui em Blumenau tem um apresentador que sorteia salário mínimo. Mas a fantasia dele é de … jornalista.
heheheh… boa essa, Arteche!
Nesse caso, a gente pode dizer que o cara é um jornalista mascarado…hehehe…