cadê a crise dos jornais mesmo?

Toda vez que alguém anuncia o fim dos jornais e a crise dos impressos, afasto dois passos e olho de esguelha. Afinal, para sermos muito justos, o armagedon ainda não chegou por aqui, não é mesmo? A ruína que os abutres reverberam nos mercados norte-americano e europeu não se editou por aqui, ao menos por enquanto. Duvida? Então, veja a matéria de Anderson Scardoelli para o Comunique-se que atesta o crescimento no setor no ano passado…

O meio jornal teve crescimento de 3,5% durante o ano passado, revela os dados divulgados nesta quarta-feira, 25, pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC), órgão responsável pela auditoria de jornais e revistas no País. A maior parcela deste aumento ficou sob responsabilidade das publicações consideradas populares, aquelas que são vendidas até R$ 1, que subiu 10,3%.

As vendas em bancas, chamadas de avulsas pelo instituto, também foram destaque para o meio de comunicação impressa do Brasil. Tendo como comparação o ano de 2010, a comercialização dos jornais por este nicho teve uma elevação de 4,6% no ano passado. Segundo os números do IVC, as assinaturas também registram alta durante 2011, alcançando 2,4% de aumento.

O IVC também anunciou que a média diária de circulação de jornais no Brasil chegou perto dos 4,5 milhões (precisamente 4.443.836) de exemplares. A entidade afirmou que o número, referente ao ano passado, marca o “novo recorde histórico para a auditoria”. O registro, porém, é válido em toda a circulação paga que tem o acompanhamento do instituto. OS veículos gratuitos não foram mencionados.

Crescimento também é a palavra usada para citar como foi a situação em 2011 dos jornais vendidos de R$ 1 a R$ 2. Neste caso, no entanto, o aumento não chegou ao meio por cento, fechando o ano passado com 0,3% a mais que em 2010.  Os títulos comercializados com preço superior a R$ 2 tiveram um resultado melhor; avanço de 1,6% na circulação. A auditoria não separou estes itens em assinaturas e avulsos.

Para o presidente do IVC, Pedro Martins Silva, o crescimento dos jornais em 2011 se deve ao aumento do poder aquisitivo das pessoas e também de um melhor preparo dos responsáveis pelas redações. “Esse segmento está sendo impulsionado pelo crescimento da classe C, que ganha corpo e traz um grande volume de pessoas com melhora no poder de compra. Por sua vez, os editores estão aproveitando o momento, oferecendo produtos adequados ao novo universo de leitores. A alta registrada em todo o meio solidifica a curva favorável vista nos últimos quatro semestres”.

Quer ter uma ideia de como anda o segmento dos jornais? O IVC não audita a circulação de todos os jornais do país, mas apenas dos seus filiados, que representam mais ou menos a metade dos exemplares que saem das rotativas. Hoje, estima-se que o mercado brasileiro tenha 8,5 milhões de exemplares diários de jornais. Veja a série histórica:

Ano

Exemplares/dia auditados IVC

Variação

2011

4,44 milhões

+ 3,5%

2010

4,29 milhões

+ 1,9%

2009

4,21milhões

– 3,4%

2008

4,35 milhões

+ 5%

2007

4,14 milhões

+ 11,8%

2006

3,70 milhões

+ 6,5%

2005

3,48 milhões

+ 4,1%

2004

3,34 milhões

+ 0,8%

2003

3,31 milhões

– 7,2%

2002

3,55 milhões

– 9,1%

2001

3,87 milhões

– 2,7%

2000

3,98 milhões

+ 8,81%

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