Eu tinha dez anos quando a Itália de Paolo Rossi derrotou a seleção de Zico, Sócrates e Falcão.
Diante daquele inacreditável 3 a 2, engoli o choro e só vi uma maneira de enfrentar aquilo: junto com outros meninos da rua, desci até o campinho da esquina e lá “vingamos” a seleção. Jogamos até murchar, e a derrota em Sarriá nunca mais foi esquecida.
Meu filho tem dez anos e, ontem, ele assistiu ao devastador 7 a 1 para a Alemanha. Vestido de verde amarelo, o pequeno não conseguiu segurar, e o dique cedeu em lágrimas que me molharam os ombros.
O que se diz nessas horas?
Eu só pude contar a minha história, e de como – doze anos depois! – assisti ao Tetra. Ele esboçou um sorriso, enxugou o rosto envergonhado, e respirou fundo. Mas a dor da derrota estava lá no fundindo daqueles olhos…