Qual o limite para jornalistas correrem riscos?

Na Espanha, a fiscalização do trabalho impôs uma multa de 50 mil euros a uma rede de televisão pública por expor seus repórteres a riscos durante a cobertura do gravíssimo desastre socioambiental que matou mais de 200 pessoas em Valência, em outubro de 2024.

A denúncia de abuso partiu dos próprios trabalhadores através de seus sindicatos e a cadeia À Punt foi penalizada, conforme conta El Diario.es.

Para cobrir as fortes chuvas e enchentes, repórteres cinematográficos saíram às ruas sem os necessários equipamentos de segurança, e repórteres ficaram expostos a riscos inéditos até então. Outros episódios escancararam a precariedade das condições de trabalho dos jornalistas locais.

De maneira cínica, a emissora de TV argumenta que ninguém pediu para os profissionais se arriscassem, mas o debate lembra que ninguém também impediu ou zelou pela segurança dos empregados. Falaram mais alto as imagens de impacto, o alarma social, a exploração exaustiva de uma tragédia coletiva. O caso ressuscita velhas perguntas que rondam as redações: que notícia vale uma vida? Até onde se pode arriscar para conseguir imagens e informações exclusivas? Quem é responsável pela segurança dos jornalistas?

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