racha no sindicato: a chapa se queixa

O manifesto que divulguei ontem aqui reverberou do lado da Chapa 1 que busca a reeleição no Sindicato dos Jornalistas. A Chapa reagiu com um manifesto que pode ser lido aqui. (Note que o manifesto sequer foi publicado no blog da Chapa, mas circulou em emails hoje).

A resposta da Chapa 1insiste em dizer que o processo de composição da chapa foi democrático porque se baseou em “plenárias” em diversas cidades do estado. Ora, a realização de reuniões não garante que tenha havido condução democrática. Vou citar apenas um caso, do qual posso dizer com a certeza de quem estava por lá:

Itajaí, noite de 12 de junho. Um diretor do sindicato me informa que a plenária de Itajaí iria acontecer na sala da assessoria de imprensa da Prefeitura. Vou até lá e bato com a cara na porta. Nem o porteiro sabia do ocorrido. Ligo para o mesmo diretor do SJSC e pergunto pela reunião. Ele me chama até um bar no Mercado Público. Lá, encontro ele e mais uma colega, que já foi diretora da entidade. A “plenária” recebeu ainda a visita de um casal de jornalistas, e se resumiu a cinco pessoas. Fui consultado para compor a chapa, recusei. “Tiramos” como indicativo a proposta de que a colega seria indicada para compor a chapa. Resultado 1: seu nome foi vetado pelas instâncias que comandavam as negociações. Resultado 2: dois profissionais que sequer estiveram na “plenária” foram convidados para compor a chapa.

Pergunto: Houve plenária? A plenária foi legítima? Pode ser chamada de reunião com legitimidade para tal? Se ela não pode ser considerada, que fatores fizeram com que a “proposta” tirada fosse substituída pela inclusão de outros dois profissionais que nem atenderam à convocação do sindicato?

Soube que Itajaí não foi caso isolado. Aliás, os colegas que estiveram presentes nas “plenárias” poderiam postar aqui seus relatos…

A questão que levanto não é a composição em si, os nomes dos integrantes da chapa. Conheço muitos deles, respeito e reconheço a cada um. O que mais me chama a atenção é o assodamento, o centralismo democrático, a capacidade de auto-engano. Um sindicato precisa ir além disso.

7 comentários em “racha no sindicato: a chapa se queixa

  1. Após ler o texto me dou o direito de retribuir com outro, pois não me calarei diante de tal, a verdade sempre aparecerá.

    Tudo que foi escrito naquela página deixa claro quem não conseguiu argumentos para defender suas propostas e por isso não surgiu chapa de oposição.

    Onde estavam todos quando para defender seu dissídio quando o Sindicato chamou, porque só nesse momento mostram suas posições.

    Será que todos esses que assinaram esse manifesto participam ativamente do Sindicato ou só quando é para beneficio próprio ou até mesmo por oportunismo?

    O discurso é muito bonito e proveitoso quando não se torna retórico então, antes de criticar o trabalho dos outros, é preciso olhar para si mesmo e se perguntar: – o que fiz até aqui pela minha categoria? Será que a minha luta foi condizente com as propostas da maioria. Sim porque, se fosse, hoje não precisaria estar criticando por fora. E por isso digo, se incluam, participem, porque só assim poderão mostrar seus trabalhos e suas forças e assim conquistarão seus espaços e defenderam suas idéias, sem ofender ou deturpar imagens.

    Sds.

  2. Não acho que todos que participaram do abaixo-assinado tenham feito isso por “benefício próprio”. É só pesquisar o histórico de algumas pessoas pra ver como esse argumento é raso. Desejo de mudança é válido e, no caso do Sindicato, mais do que necessário.

  3. Pesquise e verá q nem participar do Sindicato participam, viveram, desfrutaram e agora só criticam..q povo é esse..q sindicalistam são esses…de td q tenho lido q eles escreveram até agora na internt é desprezíveis tais ditos mais me parece desespero ….

  4. Participei sempre sim, Maria, apesar das dificuldades de nossa condição profissional. De Kombi, ônibus, meu velho carro… Fui a quase todos os eventos do sindicato nestes anos todos, desde que me formei, na primeira turma de Jornalismo da UFSC (1979-1982). Não só fui, como sempre convidei colegas, alunos, ex-alunos. Rio do Sul, São Francisco, Florianópolis, Blumenau várias vezes. Acabei de estar no Congresso. Desculpe, não sei quem é vc. Pedi para sair da nesta última gestão. Mas estou sempre em dia. Quem trabalha não pode estar lá na reunião da diretoria, aliás nem adiantaria se não é diretor. Participação é mais do que isso. Para isso existe representação. Mais respeito com as pessoas e a história, por gentileza. Se tem alguém se beneficiando, não somos nós. Nunca recebi ajuda de custo, celular pago, nem fiz turismo por conta do sindicato. Aliás, creio que a maioria das pessoas foi muito honesta até hoje. O que falta é diálogo, entendimento, tolerãncia, humildade. Perdemos todos nós, jornalistas.

  5. Lamento que não tenhamos tido tempo de formar uma outra chapa, para arejar a disputa democrática. Há anos torço para isso acontecer, para animar a categoria e o sindicato. O processo de formação da chapa de “CONSENSO” tem sido precário, há várias eleições. Agora foi totalmente atropelado. Nada tenho contra os nomes de Itajaí, pelo contrário. Espero que trabalhem e renovem as energias, os posicionamentos. Não houve plenária a rigor. Só aparecemos o Rogério, eu, o Formiga. Mais tarde apareceram a Maria Helena Saris e o marido Marquinhos. A Maria Helena havia sido demitida naquela chuvosa noite do dia dos namorados. Preocupei-me em saber das notícias dela e dos demais colegas que seriam demitidos no dia seguinte, na Rádio e TV Univali. Colegas, enquanto nosso debate segue paupérrimo, nós continuamos assim vulneráveis, sempre ameaçados de perder tudo, até nossa regulamentação.

  6. Só para esclarecer: se as plenárias tiveram legitimidade, como dizem, por que foram vetados nomes aprovados por ela, como foi o caso de Florianópolis?
    Também quero deixar bem claro que participei ativamente como diretora do SJSC por três gestões (antes disso, junto com mais alguns colegas, criei o Núcleo de Assessores de Imprensa, que hoje nem existe mais). Mantive o sindicato sempre em dia com suas finanças, quando fui tesoureira, dando continuidade ao trabalho muito bem feito da ex-tesoureira. Sempre defendi o crescimento do sindicato e também de seus trabalhadores, garantindo ganhos no Acordo Coletivo de Trabalho, sem que o Sindicato saísse prejudicado. Sempre tratei com respeito e dignidade os funcionários e, quando era preciso fazer contratações, fazia questão de defender um processo transparente, com análise de currículo e entrevista. Nunca desfrutei do Sindicato. Sempre trabalhei e nunca ganhei um centavo do Sindicato. Pelo contrário, muitas vezes coloquei o meu carro a serviço do SJSC e deixei meu filho pequeno com avó para participar dos movimentos e da luta da categoria.
    Já fui a Congresso Nacional, como delegada do Sindicato, com dinheiro do meu bolso, com passagem paga em dez vezes.
    Antes mesmo de ser diretora, participava das greves gerais, sempre na comissão de frente das passeatas (lembro de pouquíssimos membros da chapa participando dos movimentos) e participei das lutas do MOS.
    E, quem achar que o manifesto não é legitimo, que discuta o manifesto e não as gestões das quais fiz parte, pois, tenho a consciência tranqüila de que trabalhei bastante, com paixão e sem interesses financeiros e políticos partidários.

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