Dois links nesta sexta ensolarada – ao menos no litoral norte catarinense – me chamaram muito a atenção.
1. No agourento Newspaper Death Watch, Paul Gillin faz rápida reflexão sobre o valor do trabalho jornalístico.
2. Carlos Castilho conta em seu Código Aberto a reação da Associated Press para não ser lesada pelo Google e cia., que “chupam” seus materiais sem dar créditos ou dividendos.
Os dois links parecem não ter nada a ver entre si. Ilusão. Eles roçam em questões práticas e essenciais para o presente e o futuro do jornalismo. Se não existe almoço grátis, quem vai pagar a conta disso tudo?
Associated Press parece estar adotando uma posição arrogante e potencialmente suicida na questão das ferramentas de busca — parece, porque sinceramente não acredito que terão coragem de levar às últimas consequências a ideia do software de alerta sobre uso “indevido” do conteúdo.
A questão é simples: se a AP não quiser ver seu conteúdo reproduzido “ilegalmente” pelo Google, basta bloquear a indexação por parte das ferramentas de busca. Não precisam nem comunicar ao Google e quetais a decisão. Portanto, qualquer argumento sobre uso indevido do material da AP é natimorto.
Claro, deixar de aparecer nos resultados de buscas, a AP não quer — nem nenhum outro jornal. Sabem que isso é uma viagem de trem-bala para a irrelevância.
O problema é os executivos quererem ganhar nas duas pontas: receber um grande volume de audiência sem pagar nada por isso, e ainda receber dinheiro pelo serviço que as ferramentas prestam de graça aos jornais, enviando leitores para os sites.
Muito interessante esse ponto de vista, Trasel! Ele mostra quantas variáveis existem na questão. abração!