urano vai voltar

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Margarida e Faleiro, em registro de Paulo Wolf

Há dez anos, eu pesava menos, tinha mais cabelos e nem pai era. Entre a política sindical e o jornalismo, estava envolvido também com teatro. Atuava com um grupo, a Persona, e me arriscava a escrever. Numa dessas aventuras, fiz Urano Quer Mudar, peça para dois atores, que teve uma afetuosa leitura dramática no Festival de Teatro Universitário de Blumenau, em julho de 2003. Margarida Baird e José Ronaldo Faleiro me deram esse presente, e um ano depois, Pepe Sedrez dirigiu uma única apresentação do texto com um jovem elenco.

O mundo girou uma porção de vezes, e dez anos depois, Urano volta pra valer, com direção de Brígida Miranda e meu querido casal de amigos no palco. Eles nunca tinham contracenado, daí que fui convencido a me desaposentar…

As canções são de Ana Laux, a produção executiva é de Claudia Venturi e a direção de arte de Paulo WolfFábio Yokomizo está na assistência de direção e a iluminação é de Ivo Godois. Pedro Loch assina a direção musical, e a cenografia está a cargo de Brígida Miranda.

A peça está em fase de montagem, com ensaios diários no Círculo Artístico Teodora, realizador do espetáculo. A estreia já tem data: 23 e 24 de março, durante a 3ª Maratona Cultural de Florianópolis.

O enredo? Margarida e Faleiro estão de mudança e, em meio aos preparativos, redescobrem um texto que não encenaram. Na leitura improvisada daquelas páginas, vasculham o passado, e se questionam sobre a vida, a morte, a memória e a arte…

enquanto isso, em belo horizonte…

é hoje!

520 páginas e uma década de quadrinhos

Não são muitos os títulos nas livrarias brasileiras sobre quadrinhos. Me refiro a livros, já que – cada vez mais e ainda bem! – as livrarias têm destinado algum espaço para as HQs nos últimos anos. De uns tempos pra cá, publicações em capa dura, em formatos diversos, para distintos bolsos têm cavado espaço nas estantes, mostrando que quadrinhos são produtos rentáveis para várias faixas de público… mas eu dizia que o mercado editorial nacional tem poucos livros sobre quadrinhos… Se você acompanha a área, deve se lembrar de Alvaro de Moya, Moacy Cirne, Goida ou Gonçalo Jr, cujos trabalhos ajudam a compreender a história das HQs. São referenciais indispensáveis, mas que voltam as cabeças ora para outras geografias, ora para décadas remotas…

E se você quer algo com maior frescor, calma, seus problemas acabaram! A Devir lançou neste ano “Revolução do Gibi”, livro que promete (e cumpre) escanear a primeira década deste século, período que ajudou a definir uma nova cara para o mercado de quadrinhos no país. Quem assina o livro é o jornalista Paulo Ramos, titular do Blog dos Quadrinhos e um dos principais nomes na cobertura especializada.

O livro é, na verdade, uma coletânea de textos e posts já publicados que, juntos, compõem um completo e complexo mosaico do que aconteceu de mais importante na área por aqui. Por si só, a compilação já teria valor na medida em que recupera fatos e permite uma visão linearmente histórica. Mas Paulo Ramos “atualiza” os posts com comentários, quase sempre complementando informações ou desfazendo mal entendidos.

Dividido em vinte seções, “Revolução do Gibi” organiza os conteúdos em temas como as produções na internet, o uso das HQs na escola, as adaptações literárias, a febre das graphic novels, o circuito independente, os mangás, as tirinhas, as polêmicas, além de episódios que realçam velhos mestres (Mauricio de Sousa, Laerte, Angeli, Glauco…) e talentos mais atuais (Fábio Moon, Gabriel Bá, Rafael Coutinho, Grampá, João Montanaro…). Tem de tudo, de tudo mesmo. Se você ficou fora do ar nos últimos dez anos, taí uma ótima chance de zerar a fatura.

Bem escrito e muito informativo, o livro só tem dois defeitinhos na minha opinião. O primeiro é o título, que é muito alegórico e não faz jus ao que ali vai se encontrar. O segundo está nas margens do livro, muitíssimo estreitas, o que dificulta a leitura da extrema direita nas páginas pares, muito coladas à costura, e oferece um bloco muito largo de texto, fácil de a gente cair de uma linha para outra… É muito possível que os editores da Devir tenham optado por margens tão estreitas para um maior aproveitamento da espessura da página, evitando que o livro ficasse muito grosso. Vã ilusão! Mesmo assim, a “Revolução do Gibi” chega aos leitores com 520 páginas. É um tijolaço, mas que se devora fácil-fácil…

hqcon 2012: prepare-se!

rearranjos musicais…

Scarlett Johansson não é Brigitte Bardot, nem precisa ser. Pete Yorn não é Serge Gainsbourg, nem quer ser. Mas as performances lembram muito a pegada dos franceses há cinquenta anos atrás… meigo, sensual, sensorial…

Compare…

essa eu esperava desde pequenino…

Eu não tinha mais que onze anos quando descobri o traço de Milo Manara, que escancarou as portas de minhas percepções de pré-adolescente diante do universo dos quadrinhos. Sim, eu já folheava gibis desde os cinco, mas eram super-heróis, monstros, bichinhos… Manara me mostrou com quantas curvas se faz uma mulher, ao menos dentro dos requadros… Delicadeza, sensualidade, cores bem dosadas, volumes nos corpos. O desenho de Manara tem tudo isso, e um capítulo à parte é o tratamento que ele dá aos cabelos das suas musas. Tudo parece acontecer em câmera lenta, com música de fundo romântica e levemente picante…

(Eu iria cair de quatro mesmo com Paolo Eleuteri Serpieri e sua Druuna, mas isso é outra história)

O fato é que eu sempre desejei ver o encontro de Milo Manara e os quadrinhos de heróis, épicos e cheios de uma ação com alta voltagem. Isso já aconteceu, mas tem algo melhor vindo aí. Manara vai assinar a capa de um alardeado lançamento da Marvel no inverno norte-americano. Já pensou a Feiticeira Escarlate, toda esvoaçante sob a caneta de Milo Manara? Não pense, veja! Tá aí!

(dica do HQRock)

ficção televisiva em seminário

Uma oportunidade…

notas de férias (1)

Tirei uns diazinhos de férias. Fui obrigado. Caso contrário, as perderia.
Diante disso, o que posso fazer? Go-zar.

1. O que mais me chamou a atenção em “O Espetacular Homem-Aranha” não foi o vilão reptiliano e escabroso, nem os sempre-incríveis efeitos especiais, nem a trama aracnídea. Foi Andrew Garfield. É, eu pensava que Tobey Maguire era o Peter Parker definitivo no cinema e que o magrelinho escalado para fazer o super-heroi iria cair das alturas. Besteira. Garfield mergulha no personagem sem rede de proteção, e faz um Parker no mais autêntico estilo adolescente: confuso, dramático, hiperbólico, atrapalhado. E seu Homem-Aranha é elástico, histriônico e acrobático, como o de Todd McFarlane.

2. A Praia da Armação ainda está ao deus-dará. A obra de contenção do mar foi mal feita, o comércio sentiu o baque da queda do turismo e a comunidade está abandonada. O mar continua a ser o mais lindo dessa parte da Ilha. As gaivotas reinam soberanas num céu sem limites. Como são sem limites as cagadas humanas.

3. Garcia-Roza voltou com tudo. Em “Fantasma”, ele traz mais uma vez o delegado Espinosa em um intrigante romance policial, sempre ambientado em Copacabana (ou arredores) e com personagens com contornos pouco nítidos e camadas e mais camadas de complexidade. Houve quem rosnasse com o lançamento. Gostei. Trama bem costurada, mistérios e segredos na medida. Aos 52 anos, Espinosa está melhor do que antes…

4. Tropecei em “Bourbon Street – Os fantasmas de Cornelius”, uma luxuosa HQ dos franceses Phillipe Charlot e Alexis Chabert, que mescla jazz, nostalgia, esperança e aparições de Louis Armistrong. Junte uma pitada de Buena Vista Social Club, uma arte vigorosa e bem detalhada, e um roteiro delicado, et voila! Vale a leitura, mas aviso: é apenas a primeira parte da história. A segunda só sai no Brasil no ano que vem…

5. E já que estamos falando (quase que só) de fantasmas, fuja de “Motoqueiro Fantasma – Espírito da Vingança”. É uma bomba

6. Dias ensolarados sepultam listas de compromissos chatos, atrasados e incontornáveis.

7. “Para Roma com Amor” é delicioso. Woody Allen está hilário: na frente e atrás das câmeras. Três ou quatro diálogos e ele chuta Roberto Benigni pro canto.

8. É bom acordar e se espreguiçar. É bom poder prestar atenção na própria respiração (mesmo que isso acarrete olhar pra pança indo e voltando). É bom fugir no meio da tarde para pegar um cinema. É bom estar vivo.

stan lee segue as pegadas de hitchcock

Alfred Hitchcok foi um dos cineastas mais influentes do mundo, um renovador de linguagens, um realizador sem igual. Afora isso tudo, foi um sujeito de um humor bem peculiar. Algumas das piadas mais conhecidas do velho estavam em seus filmes, nas aparições-relâmpagos do diretor em situações cotidianas e irônicas. Passatempo de muita gente é assistir aos filmes e “pescar” as suas passagens.

Stan Lee, o cara mais importante da indústria dos quadrinhos nos últimos 50 anos, também é muitíssimo bem-humorado e recorreu ao mesmo expediente para “estrelar” os principais lançamentos cinematográficos envolvendo super-herois dos quadrinhso da Marvel. Veja um mix e se divirta!

ninguém mais faz backup?

Fiquei muito surpreso com o que aconteceu com o Art Spiegelman ontem! O cartunista teve o seu notebook furtado momentos antes de palestrar num encontro de jornalismo cultural em São Paulo. Para quem não liga o nome à pessoa, Spiegelman é o único cara a ganhar um Pulitzer com uma obra em quadrinhos, o mítico Maus, onde representa de forma irônica o embate entre judeus e nazistas na forma de gatos e ratos. Pois o cidadão vem ao Brasil como atração e passam a mão nele!

Outro dia, outro cartunista também teve o mesmo destino. Levaram o notebook do Laerte, e na máquina havia um acervo de anos e anos de trabalhos gráficos. O azar se repetiu, pois o computador de Spiegelman também continha um tesouro visual armazenado. Perdido para sempre? Talvez…

Fiquei pensando: será que esses caras não fazem cópias de segurança de seus desenhos e ilustrações? Se a maré tá assim, meu amigo Frank Maia, que se cuide… Faz um backup aí, Frank!

parabéns, miles!

Se não estivesse em concerto no céu, Miles Davis completaria 86 anos hoje.

Muito jazz nesta vida!

homens que eu amo: clint eastwood

Não espere sorrisos em abundância, simpatia gratuita ou demonstrações explícitas de extroversão. Clint é caladão, taciturno, na dele. É assim nos filmes, onde encarna quase sempre a figura do solitário-vingador, e na vida real, conforme conta Marc Eliot na biografia “Clint Eastwood – Nada censurado”. Mas Clint não se limita a esse clichê, como se pode imaginar.

Os muitos percalços na carreira, a pouca certeza sobre seu talento como ator, os muitos casos extraconjugais, os filhos fora do casamento e o amadurecimento como homem e como artista são a base do livro. O retrato composto não é autorizado nem complacente. Também não é denunciador ou polemista. Clint é mostrado clinicamente, quase sem emoções ou arroubos de deslumbramento. Ele desfila calmo e determinado pelas páginas. Vemos Clint figurar em 56 filmes, dirigir 22 deles, receber oito indicações ao Oscar, levar outros cinco. Vemos Clint casar duas vezes, ter sete filhos, virar prefeito, virar diretor e produtor… Vemos Clint matar facínoras, vingar prostitutas, varrer cidades de mal feitores, trocar socos nas ruas, contracenar com orangotangos, apaixonar-se por mulheres…

Ao fim da leitura, não se pode dizer que haja uma redenção de Clint. Ele continua contestado pela crítica por suas limitações de atuação; permanece à espera de um Oscar de Melhor Ator, mesmo tendo batido na trave por mais de uma vez. Por outro lado, o leitor para e pensa: putz! A década mais interessante da vida desse homem é a que começa depois dos 70 anos. Depois disso, quando ele já poderia se aposentar e ficar mais tempo jogando golfe em seu clube em Carmel, Clint engata uma quinta marcha e produz como nunca, de forma inquieta, como se estivesse buscando algo. É dessa época Sobre Meninos e Lobos, Menina de Ouro, Gran Torino, A conquista da honra, Cartas de Iwo Jima, Invictus, Além da Vida, A troca…

Você pode nem ir muito com a cara dele, mas Clint é extraordinário. Não acha?

esperei trinta anos pra ver esse filme

Levei meu filho de sete anos para assistir a Os Vingadores. Na verdade, teria ido sem ele mesmo, já que há trinta anos espero para ver a reunião de alguns dos maiores super-herois dos quadrinhos. Isso mesmo! Desde a década de 80 eu me perguntava quando seria possível ver no cinema a magia que eu conferia naquelas páginas…

Àquele tempo era mesmo impossível ter um resultado como o de hoje, quando os efeitos especiais são tão sofisticados! A computação gráfica engatinhava e a qualidade do som era questionável; os roteiros eram imbecilizantes e o enredeo dava lugar mais o humor e ao escracho do que à ação…

Àquele tempo, Nick Fury era branco, tinha cabelos grisalhos e não parava de mascar um charuto velho; as histórias publicadas nos Estados Unidos desembarcavam no Brasil quatro ou cinco anos depois, criando um abismo na cronologia e uma esquizofrenia no universo de Marvel e DC. Naquela época, Thor era louro e usava elmo, e as revistas tinham títulos duvidosos como “Grandes Aventuras Marvel” e “Herois da TV”… Mesmo assim, o planeta corria o risco de se tornar uma colônia de alienígenas quando não fosse devorado por alguma entidade cósmica.

Uma vida inteira depois, o filme deslumbra e esnoba. São vertiginosas as cenas do combate entre Hulk, Thor, Homem de Ferro, Capitão América, Gavião Arqueiro e Viúva Negra contra Loki e um exército alien. Os diálogos são bem escritos, encaixando bons respiros de humor e sarcasmo. Algumas atuações – como as de Robert Downey Jr e Mark Ruffalo – moldam boas personalidades, e a trilha sonora atinge contornos épicos. O filme é mais longo do que deveria, tem algumas barrigas, mas nada que comprometa. O balanço é, de longe, positivo e não decepciona nem fãs antigos nem os de última hora.

A estratégia da Marvel foi bem executada desde o início: produziu filmes de cada um dos principais personagens, como a preparar o terreno para o grande ataque, a ofensiva coletiva. Se os dois títulos de Hulk foram oscilantes, os dois do Homem de Ferro mantiveram um nível alto e envolvente. Os de Thor e Capitão América não chegaram a abalar as estruturas, mas exibiram alguma dignidade. Meu receio era que Os Vingadores naufragasse como a franquia de X-Men… Felizmente, não! Menos mal para os realizadores. Afinal, Hulk não perdoaria…

um vinicius repetitivo e apressado

Eu já havia cruzado mais de uma vez com “Nuestro Vinicius” numa bela livraria de shopping. Neguei-me a levar por um misto de desconfiança e receio. A desconfiança: será que uma biografia escrita por uma estrangeira ultrapassaria a admiração que já tinha pelo que considero o livro definitivo sobre Vinicius de Moraes? A gringa é a jornalista Liana Wenner, e a obra-prima da qual não queria abrir mão é “Vinicius de Moraes – o poeta da paixão”, do crítico José Castello. O receio: deparar-me com um relato que corrompesse o personagem que cultivo como a um parente próximo.

Por uma dessas coisas que não se explica, ontem, trombei mais uma vez com o livro da argentina, mas agora numa versão brasileira, recém-lançada. Por aqui, a biografia que trata das aventuras do Poetinha na Argentina e Uruguai passou a se chamar “Vinicius portenho”. Trouxe comigo, e passei a devorá-la logo após o almoço, como quem se empanturra com papos de anjo em trevas totais…

Mas o que percebi nas primeiras 50 páginas é que o livro nem faz sombra a outros títulos que biografam esse inesquecível personagem. Primeiro porque é mal escrito: tem ideias repetitivas, não é claro no percurso temporal – o que causa desorientação no leitor -, e ainda por cima cria um ou outro clímax que não se sustenta. Depois, porque a pesquisa da autora parece apressada, circunscrita a poucas fontes, e com um tratamento das informações que tende ao preguiçoso. Não raras são as vezes em que Liana Wenner deixa o fio condutor de lado e entrega ao leitor longos trechos de depoimentos, sem um tratamento que uniformize o seu texto, como quem não sabe muito bem o que fazer com aquilo tudo. A narrativa perde em fluxo e potência; a autora evapora diante dos depoentes…

Isto é, “Vinicius portenho” me decepcionou bastante. A prosa é fácil, rotineira até, o que faz restar a impressão de que estamos diante não de um livro, mas de um amontoado de textos jornalísticos – feitos no calor e na pressa do cotidiano -, sem um período de amadurecimento, polimento e cuidado. Apesa disso, é preciso dizer que a obra não é pretensiosa, como se costuma encontrar por aí em outros empreendimentos biográficos. Mas o Poetinha merecia mais que isso.

Em “Garoto de Ipanema”, de Alex Solnik, encontramos um saboroso cardápio de episódios que apresentam Vinicius de Moraes numa dimensão bem humorada e bonachona. Também não há pretensão ou sisudez, mas a leveza do texto do autor carrega o leitor numa viagem bastante prazerosa. “Vinicius de Moraes – uma geografia poética”, de José Castello, é um trabalho restrito a mostrar os lugares por onde passou o poeta, relacionando afetos e logradouros. Caminha-se com o velho sedutor, com o compositor inspirado, com o poeta de copo na mão. Mas “Vinicius de Moraes – o poeta da paixão”, do próprio Castello, é um retrato muito bem acabado, sincero, dramático e doce, como era o “branco mais preto do Brasil”.

Enfim, Benjamin Moser nos mostrou uma Clarice Lispector multidimensional e sólida, mostrando que sua estrangeiridade em nada afetou a distância de sua biografada; Liana Wenner nem arranhou a moldura de Vinicius…

uma lágrima para moebius

Sei que já não é novidade, afinal aconteceu há quase uma semana… mas a vida anda corrida, e pelo jeito, a morte também tem a sua pressa. Moebius deixou de desenhar no sábado passado. Morreu e viajou para habitar seus mundos desenhados. Tinha um estilo claro, limpo, elegante. Trabalhou com gente importante e influente, deixou um legado, uma obra, enfim. Conheci seu trabalho nos anos 1980, quando desembarcou no Brasil uma graphic novel que ele assinava com o mítico Stan Lee. Na época, juntei cada centavo (era a época do Cruzado Novo!) para comprar a revista e nunca me arrependi. Mais de uma década depois, perdi o título numa mudança. No ano passado, num sebo, readquiri o exemplar. Na história de Stan Lee, o Surfista Prateado mais uma vez se digladia com o devorador de mundos Galaktus. E mais: revela a fragilidade da vida dos humanos e suas muitas contradições. Nos desenhos de Moebius, o Surfista se mostra esguio, brilhante, inigualável.

vá chorar com hugo cabret

Amo cinema, mas torço o nariz para filmes exibidos em 3D. Por uma razão simples: na maioria das vezes, o efeito tridimensional é só um penduricalho, algo para fazer um buzz e cobrarem 50% a mais no preço dos ingressos. Eu disse na maioria das vezes. Hoje, fui ver “A invenção de Hugo Cabret”, produção assinada por Martin Scorsese e que disputa o Oscar de melhor filme neste ano. E não houve jeito: assisti à versão em 3D e (muito bem) dublada. E quer saber? Não me arrependi em nenhum momento desde que entrei na sala. Imagine: tarde um domingo de Carnaval, havia vinte e poucas pessoas na sessão apenas, silêncio, calma, atenção total para a projeção…

E o 3D? Sen-sa-cio-nal! Tanto pelo uso inteligente quanto pelo emocional. Eu explico.

Scorsese filmou nos dois sistemas – o convencional e o D-Cinema -, mas as perspectivas de filmagem, os enquadramentos, a exploração da profundidade de campo, buscando novos pontos focais fazem com que a experiência de assistir a “Hugo” seja realmente envolvente e não superficial. Se em “Avatar” o efeito era estonteante, agora é transportador, vertiginoso na primeira sequência do filme. Não bastasse explorar como ninguém o 3-D, ao escolher este triunfo tecnológico, Scorsese faz mais uma homenagem a Georges Mèliés, a quem o público é apresentado com tanta delicadeza e respeito. Afinal, o cinema também é isso: uma arte apoiada na sensibilidade e no engenho, na emoção e na técnica.

“A invenção de Hugo Cabret” é desses filmes que já nascem clássicos, pois fazem justas homenagens a personagens-chave do cinema e resgatam elementos de primera, como a ilusão, a fantasia, a magia… Com Scorsese, assistimos estupefatos à “Chegada do trem à estação”, mas agora em 3D! Tão estupefatos quanto o público daquela mítica primeira exibição do cinematógrafo… Grande sacada que reúne passado (1895) e presente (2011-12), e dois realizadores importantes para a arte e a indústria: Mèliés e Scorsese.

Ben Kingsley está soberbo como sempre; a trilha é sensível – embora não seja tocante como em outros filmes do tipo; o próprio Scorsese faz uma aparição-relâmpago (fique ligado!); os efeitos especiais são usados na medida; mas são os cenários e a maquinaria envolvida que transborda pela tela.

Se você conhece a história do cinema, vá ver “Hugo” pelo que ele nos relembra desse rico enredo.
Se você não conhece a história do cinema mas quer ver uma história bem contada no cinema, vá ver “Hugo” para assistir à poesia escrita com a luz.
Nos dois casos, como já avisei no título do post, leve uma caixa de lenços descartáveis.

vamos discutir direito à comunicação?

O Centro de Cultura Luiz Freire (CCLF), junto com outras organizações, promove nesta semana o primeiro Encontro Nacional sobre o Direito à Comunicação.
O evento acontece nos dias 9, 10 e 11 de fevereiro na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), em Recife.

Confira o site do evento.

nosso herói ataca novamente…

Se você teve insônia ontem, viu que a Globo reprisou pela enésima vez “Curtindo a vida adoidado”. Ainda bem. O filme é um clássico para quem passou a adolescência nos anos 80. Se você não sabe do que estou falando, dê um Google ou vá buscar informação na Wikipedia ou no YouTube… Por outro lado, se você também é um fã de Ferris Bueller, saiba que ele está de volta! Mais uma vez curtindo um dia de folga como ninguém, e numa super máquina.

A Honda convidou nosso heroi para um comercial que será exibido no intervalo do SuperBowl.

Só…

um pôster, digamos, meio infeliz…

Já está nas locadoras, e você pode rir e pensar o que quiser…

“daytripper” é a melhor HQ da “história desse país”

Os quadrinhos brasileiros já têm a sua obra-prima: Daytripper, dos irmãos Fábio Bá e Gabriel Moon. Mas alguém poderá dizer: isso é um exagero e é um erro. Exagero porque a HQ pode não ser tudo o que se está comentando. Erro porque a revista foi originalmente lançada nos Estados Unidos, em inglês, e só este ano chegou ao país. Mas reafirmo: Daytripper é o maior feito individual das histórias em quadrinhos do Brasil.

Embora tenha sido publicada antes por uma editora norte-americana – o selo Vertigo -, Daytripper não permite dúvidas: narra a história de um personagem brasileiro, no contexto brasileiro, escrita e ilustrada por dois brasileiros. Não bastasse isso, o protagonista traz parte do país no nome: Brás de Oliva Domingos.

Daytripper tem um argumento intrigante: Brás é o filho de um famoso escritor e também ambiciona uma carreira literária, mas sua vida se resume a escrever necrológios para os jornais. Sua rotina parece vazia e, ao escrever sobre os feitos dos mortos, Brás fica a imaginar quando os momentos realmente importantes de sua vida acontecerão. A partir daí, Fábio Bá e Gabriel Moon constroem uma obra sólida, multifacetada, sensível e tocante.

Os desenhos são delicados, levemente oníricos em contraste com cenários minuciosos e realistas. Os diálogos bem escritos, fluentes e sem gordura. Personagens são compostos com complexidade rara. Mas o que chama mais a atenção é a construção narrativa: a vida de Brás é conjugada no plural, em várias dimensões, em distintos momentos da trajetória do protagonista. A morte o assalta aos 33 anos, aos 11, aos 41, aos 76… A trama é atravessada por temas pungentes, como o destino, a fatalidade, a fragilidade da vida, as relações entre pais e filhos, a ausência de entes queridos, a amizade e o amor. Esses assuntos reverberam entre os capítulos da história, vão e voltam como ideias-força que impulsionam os personagens de um lado a outro. Impactado, o leitor se deixa levar pela narrativa à medida em que reflete sobre a sua própria vida. É mágico, é envolvente, lindo.

Ressaltado pelo New York Times em sua lista de mais vendidos e pelo site da Amazon Books, Daytripper venceu alguns dos principais prêmios mundiais dos quadrinhos: no Reino Unido, levou o Eagle Awards; nos Estados Unidos, ganhou o Harvey e o Will Eisner; e no Brasil, o HQ Mix. O livro arrancou elogios rasgados de gente graúda da indústria. Jeff Smith disse que não conseguia parar de ler. Terry Moore afirmou que foi a história mais envolvente do ano passado. E nada disso é exagerado, creiam.

Daytripper é daqueles exemplos que justificariam a expressão graphic novel. Trata-se de um romance gráfico, com profundidade psicológica, trama bem elaborada, argumento que transcende as páginas do volume. Daytripper é daqueles casos em que o produto artístico alcança um patamar de destaque que extrapola o interesse do público a que se dirige. É também a materialização da excelência na arte em que se dedica.

O trabalho dos gêmeos Bá e Moon precisa ser conhecido e reverenciado. Daytripper é um diamante lapidado com capricho, luxuosamente embalado e que vale cada centavo. Escrevam: daqui a dez, vinte anos ainda lembraremos deste trabalho. É uma obra madura e emocionante. Pare já de ler este post e corra para as páginas de Daytripper.

“grandes detetives” em novo visual

O melhor portal sobre literatura policial do Brasil está de cara nova!
“Grandes Detetives
” está mais limpo no visual, mas a cada clique, mais sangue, mais mistério, mais histórias noir
conferir!

os vingadores vêm aí; tintin também

Já faz tempo que a indústria dos quadrinhos não vive apenas da venda de gibis. Na verdade, em termos globais, o que anda segurando a onda das grandes editoras são mesmo as produções de séries televisivas, licenciamento de produtos e filmes para cinema. Enquanto a DC vem com Batman, Superman e Lanterna Verde, a Marvel ataca de X-Men, Homem-Aranha, Capitão América, Thor, Hulk, Homem de Ferro e… Os Vingadores!

Mas não são apenas os super-heróis que brilham na tela grande. Personagens menos poderosos, mas também cativantes desembarcam nos cinemas, como será o caso de Tintin, do belga Hergé.

Grandes produções, elencos estrelados, diretores de grife, super efeitos especiais… tudo isso não cabe mesmo nas páginas de revistas em quadrinhos… o cinema atualiza a nona arte. Por que não?

mas, afinal, por que as pessoas compartilham?

Alguém por aí já disse que to share é um dos verbos do momento. Sim, compartilhar está na moda. Compartilhar vídeos, fotos, músicas, textos, livros, enfim, todo tipo de conteúdo online. Atitudes simples de dividir têm modificado hábitos de consumo, têm provocado terremotos na indústria dos bens simbólicos e têm feito muita gente queimar as pestanas para responder porque isso acontece.

The New York Times Customer Insight Group, a divisão de pesquisas de marketing do jornal mais influente do mundo, produziu um estudo sobre o que vem chamando de Psicologia do Compartilhamento (Psicology of Sharing).

Para reforçar o tema, vou compartilhar com vocês o estudo
(18,6 Megas, 47 páginas, em inglês e no formato PDF).

hqcon 2011: o que vi por lá

A expectativa era grande para a versão 2011 da HQCon, o evento de Florianópolis para quem curte quadrinhos, games, RPG, cosplay, objetos colecionáveis e todas as formas de cultura pop. Fez um dia de cinema, com sol intenso e temperatura inimaginável para a época: 30 graus!

A HQCon acontece hoje e amanhã num dos níveis do estacionamento do Floripa Shopping, o que pode resultar positiva e negativamente. O bom: fazer uma convenção como essa num shopping aproxima diversos públicos. O mau: fazer uma convenção numa garagem preserva aquele jeitão improvisado, despreparado.

Como se trata de um programa familiar, levei a primeira dama e o herdeiro de minhas dívidas. Como íamos de bando, planejamos chegar vestidos de Os Incríveis, mas não foi possível: o uniforme do Senhor Incrível não cabia em mim (tempos difíceis os nossos!). Abortamos a missão e resolvemos homenagear George Lucas: fomos de StarWars! Passamos uma tarde inteira na HQCon, o que me permitiu tirar algumas impressões que você pode comparar com as do ano passado (isso já está se tornando uma tradição).

Positivo

  • Dois dias de evento! Isso é bom, pois permite mais flexibilidade pra frequentar e… voltar!
  • O preço dos ingressos: R$ 15,00. O mesmo do ano passado e meia entrada pra todo o mundo. Crianças até 10 anos não pagavam nada, o que estimula nerds a levarem sua prole (Sim, senhor! Nerds também procriam!)
  • A organização se esforçou para trazer nomes importantes da área para compor as palestras e debates. Isso é fundamental para oxigenar as ideias e aproximar quem faz de quem consome…
  • Teve um debate que tratou especificamente da produção de quadrinhos em Santa Catarina! É assim também que se bota lenha na fogueira da produção local!
  • Sorteios de brindes e gincanas. Tem cada marmanjo que se acotovela pra ganhar uns brinquedinhos!
  • Houve apresentações tai-chi-chuan, artes marciais, manipulação de espadas e o escambau. Ficou interessante ver demonstrações práticas de superpoderes…
  • Os espaços dedicados a videogames estão coalhados de gente. Tem neguinho enchendo as redes do Santiago Bernabeu, tem uns desferindo golpes no Capcom, tem as meninas dançando na frente do Kinect e tem os headbangers do Guitar Hero…

Negativo

  • Se está pensando em passar um dia inteiro na HQCon leve sua marmita. Não tem nenhum lugar pra rangar no estacionamento. Claro que você pode sair do evento e buscar uma opção no shopping, mas vai enfrentar filas e pode ficar tentado a não voltar…
  • Não beba muito líquido. Você pode querer tirar a água do joelho e para isso também deverá deixar o evento para procurar um lugar adequado…
  • Houve atraso na programação, mas isso não é o fim do mundo…
  • Se no ano passado os stands ficaram apertadinhos no Floripa Music Hall, neste ano, esse não foi o problema. Tinha espaço de sobra. Poucas lojas. Opções limitadas, embora houvesse novidades como as canecas da Marvel, por exemplo…
  • No ano passado, no palco, tinha uma banda que fazia uns BGs legais (backgrounds = fundos musicais). Este ano faltou uma musiquinha. Só rolava rock’n’roll mesmo lá nos caras do Guitar Hero.
  • O espaço para as palestras ficou a desejar. Como se trata de um estacionamento, as condições acústicas não são as melhores, e por mais que o sistema de som tentasse, a recepção era difícil. Na verdade, isso tem a ver com o ambiente em si, que não gostei muito, conforme deu pra perceber. O lugar é maior que o ano passado, mas com menos estrutura. Acho mesmo que a HQCon ainda precisa de um super lugar pra acontecer em Florianópolis.

Umas ideias para os organizadores

  • Que tal uns puffs, sofás, poltronas, tapetes mágicos, sei lá, para os visitantes se escarrapacharem pela HQCon?
  • Que tal chamar umas bandas pra tocar nos intervalos das palestras?
  • Por que não convidar escolas e articular a vinda de mais crianças e pré-adolescentes? (Lembrem o que disse um dos debatedores: leitor de quadrinhos morre. É diferente de super-heroi que morre e volta. Por isso, é preciso investir na formação de público…)
  • Por que não investir mais nos públicos de seriados? Me deu a impressão que eles ficaram à margem…
  • Já pensaram em transmitir as palestras em videostreaming pela internet? Acho que iria provocar um buzz interessante na web…
  • Por falar nisso, e se na próxima edição, a HQCon tivesse um esquema forte de mídias sociais, com transmissões em tempo real de diversas partes, videos no YouTube, foruns borbulhando, podcast e rádio online, interação nas perguntas aos debatedores??
  •  E se no ano que vem a HQCon tivesse um patrono artístico? Tipo um grande nome nacional (internacional ou interplanetário) que viesse à convenção, interagisse com os fãs, recebesse homenagens e tal… Cada ano poderia ter um patrono…

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hqcon: as palestras

Começa hoje o maior evento da história das HQs em Santa Catarina: a HQCon

Confira a programação das palestras, apenas uma parte das atrações que se estendem por oficinas, feira, mesas de RPGs, cosplay e outros eventos:

HOJE

11h: Heróis e Batalha

Palestrantes:

  • Alan Monteiro O Mundo de “Herois & Batalhas®”
  • Evandro Kuhnen Mercado de games, importância dos jogos e redes sociais

13h30: SC faz HQ

Palestrantes:

  • Alex Guenther  HQS independentes com resgate histórico da região e Catacomics coletivo de desenhistas catarinenses
  • Chicolan  Menino Caranguejo, quadrinhos digitais, aplicativo Crabboy para iPhone e iPad
  • Marcelo Mueller  Como entrar e ficar no concorrido mercado de HQ americano

16h: Anos 80 – Cultura Jovem Brasileira nos Anos 80

Palestrantes:  

  • Guilherme Bryan
  • Mario Luiz C. Barroso

18h: DC X Marvel – As Mudanças e Franquias das Duas Maiores Editoras de HQ

  • Fabio Fernandes
  • Hector Lima
  • Mario Luiz C. Barroso
  • Sidney Gusman

AMANHÃ

12h: A Turma do Mauricio – Case Mauricio de Sousa e a HQ nacional

Palestrantes:

  • Sidney Gusman
  • Ricardo Manhaes
  • Hector Lima

14h: Festival Punk – Possibilidades do Retrofuturismo

Palestrantes:

  • Fabio Fernandes
  • Romeu Martins

16h: Computação Gráfica para Publicidade, Cinema e Games

Palestrantes:

  • Daniel Meurer
  • Janon Berka

18h: Cosplay

florianópolis na rota dos quadrinhos

Acontece amanhã e domingo em Florianópolis mais uma edição da HQCon, evento que reúne produtores e amantes de quadrinhos, games, RPGs e todas as outras formas de cultura de fãs existentes nesta e em outras galáxias.

A HQCon segue o formato das já famosas convenções de quadrinhos, que juntam e aproximam os diversos públicos da cultura de massa e alguns dos nomes mais evidentes no mercado. E pelo que se percebe, o evento está pegando pra valer. Se no ano passado, ao menos 700 pessoas lotaram o Floripa Music Hall, desta vez, a HQCon será realizada em dois dias e ocupará um nível inteiro do estacionamento do Floripa Shopping.

Passei pela convenção no ano passado e, para além do grande feito de promover um evento como esse na cidade, o que me chamou muito a atenção foi o clima contagiante dos frequentadores. Deu a impressão de que todos estavam muito felizes com aquela reunião e que ansiavam por isso há muito tempo. Como se pequenas multidões estivessem dispersas e fossem reagrupadas para um acontecimento.

Dessa sensação, tiro um outro palpite: Florianópolis está sim se credenciando pra ser um pólo interessante para a produção, consumo e discussão de HQs, games, RPGs e outras formas de subculturas de massa. Há dez anos, por exemplo, não havia por aqui locais privilegiados para compra de revistas ou objetos colecionáveis. Hoje, existem boas bancas – como a Joreli – ou a Universo, que vende de camisetas a miniaturas, de pôsteres a revistas, passando por toda sorte de coisas para colecionar. Floripa tem também gente que assina roteiros de HQ, tem indústrias de games para celular e outras plataformas, tem grupos de estudo acadêmico sobre esses temas, e tem gente desenhando e produzindo quadrinhos! Daí que não é nenhum exagero meu em dizer que a cidade está na rota desses negócios. Já ouvi, inclusive, gente de dentro da HQCon dizendo que o evento quer disputar espaço e atenção nacional com feiras de São Paulo e Rio. É pouco ou quer mais?!

um produto revolucionário

A querida @aninhalaux me mostrou o vídeo com este produto verdadeiramente impactante, invejável, sensacional.
É ecológico, econômico, ergonômico, portátil, acessível e amigável.

Viva a experiência!
(E o Steve Jobs de araque é bem engraçado)

melhor site de literatura policial!!!

Sherlock Holmes, Poirot, Maigret, Sam Spade, Nero Wolfe, Philip Marlowe, Dupin, Mandrake, Espinosa e Miss Marple, todos juntos num lugar fácil de ser encontrado e com muito conteúdo multimídia.

Se você se interessa por literatura policial, narrativas noir, mistérios e investigação, um site vem bem a calhar: Grandes Detetives.com

O trabalho é assinado pela jornalista Ana Laux, que ampliou seu Trabalho de Conclusão de Curso (antes, um livro sobre o tema) para plataformas mais ricas em conteúdos. A proposta é bem interessante: abordar a literatura policial por meio dos personagens mais charmosos, inteligentes, sagazes e esquisitos do gênero. No site, é possível encontrar perfis, curiosidades, vídeos, ilustrações, objetos para colecionador, notícias fresquinhas, fóruns de discussão, links e até mesmo testes de conhecimento.


Pode conferir: não há nenhum site brasileiro mais completo sobre este gênero, considerado maldito por uns e absolutamente irresistível para a maioria das pessoas. Romances policiais não só oxigenam a literatura como garantem vendagens bem generosas aos campeões do gênero…

Vale conhecer os Grandes Detetives.

PS – Antes que alguém pergunte: sim, o site em questão foi concebido, produzido e é alimentado exclusivamente por minha Ana Laux. Mas antes que alguém julgue mal esta minha indicação, sugiro que vá ao site (ou siga pelo Twitter) e confira a sua qualidade insuspeita.

jornalistas e suas línguas: 5 erros comuns

1. Jornalistas consideram a língua sua “ferramenta” de trabalho. Isto é, tem uma visão instrumentalizada da língua.

2. Jornalistas confundem língua e linguagem.

3. Jornalistas acreditam na transparência da língua, como se as palavras refletissem diretamente as coisas.

4. Jornalistas não refletem sobre sua relação com a língua, ou não aprofudam uma concepção de linguagem.

5. Porque a língua e a linguagem atravessam grande parte de seu trabalho cotidiano, jornalistas acham que sabem mais delas que outras pessoas, inclusive mais que os linguistas. Isto é, são superiores aos demais, mesmo que os demais também sejam falantes nativos da língua.

Não estaria na hora de repensarmos essa nossa relação, jornalistas?