Numa manhã como a nossa, Hiroshima acordou como nenhuma outra.
Há 70 anos, uma bomba matava mais de 130 mil pessoas. Dois dias depois, repetiriam a dose em Nagazaki, matando outras dezenas de milhares. E agosto de 1945 mudou a história da humanidade…
Alguém mais esperto já disse que 6 de agosto de 1945 foi o dia mais importante da história humana. A justificativa é simples. Se antes tínhamos certeza de que morreríamos individualmente, depois desse dia, passamos a considerar a morte total e coletiva…
Não dá pra esquecer. Não podemos esquecer. Era um tempo de guerra, é verdade, e o Japão também cometeu atrocidades. Mas nada justifica.
Não podemos esquecer as milhares de vítimas.
Não podemos esquecer o horror dos anos seguintes.
Não podemos esquecer do pânico instaurado no mundo desde então.
Não podemos esquecer que as bombas atômicas não caíram sobre as cidades. Elas foram atiradas.
Não podemos esquecer quem apertou o botão. Não foi a Rússia, não foi a China, nem Cuba, Irã ou Iraque.
Não podemos esquecer que os Estados Unidos usaram a bomba atômica contra milhares de civis, mais de uma vez numa única semana, de forma irreversível, covarde e injustificável.
O governador tucano Beto Richa deve estar bastante contente hoje cedo.
Diante da mesa do café da manhã, deve estar folheando os principais diários e vendo o resultado de sua ação ontem contra os servidores, os professores e toda aquela gentalha que ele simplesmente abomina e despreza.
Dois terços de 2014 já se foram e com eles muita gente.
Difícil não pensar diante de tanto pesar.
Entre gente importante e celebridades, a lista é imensa: os escritores Ariano Suassuna, Nadine Gordimer, Rubem Alves, João Ubaldo Ribeiro e Ivan Junqueira; a atriz Lauren Bacall; os atores Robin Williams, José Wilker, Bob Hoskins, Philip Seymour Hoffmann e James Garner; o político Eduardo Campos; os futebolistas Bellini, Marinho Chagas, Fernandão e Eusébio; o humorista Canarinho; o furacão Rubin Carter; o cineasta Eduardo Coutinho; os narradores Luciano do Valle e Maurício Torres; o cantor Jair Rodrigues; o músico Paco de Lucia; os intelectuais Stuart Hall e Jacques Le Goff… entre tantos outros.
Daqui a cinco dias, Julian Assange completa dois anos confinado em seu asilo na Embaixada do Equador em Londres.
Apesar dessa condição, o líder do WikiLeaks não deixa de influenciar pessoas, denunciar abusos e refletir sobre a realidade atual. Ontem, O Estado de S.Paulo publicou mais uma entrevista com Assange – concedida a Guilherme Russo -, e que vale a leitura. Em pauta, o massacre em Gaza, uma guerra fria na Ucrânia, a posição do Brasil na geopolítica internacional e o imenso poder de corporações tecnológicas como o Google. Um trecho:
O Google se tornou essencialmente um monopólio de coleta e integração de informações, que sabe muito sobre a maioria das pessoas que têm qualquer tipo de influência no mundo. E em razão de sua ligação com Washington e sua localização, na jurisdição dos Estados Unidos, isso estendeu dramaticamente o alcance do governo americano no mundo todo.
Faz tempo que você não ouve mais nada sobre o WikiLeaks?
Não tem mais novidades de Julian Assange?
O WikiLeaks informa que seu principal homem está há 1246 dias enfrentando algum tipo de detenção, 686 deles recluso na Embaixada do Equador em Londres. O site denuncia ainda que um júri secreto trabalha há 1539 dias para interromper os trabalhos do WikiLeaks, e que Chelsea Manning está preso há 1436 dias.
Não sabe do que estou falando? Veja aqui e aqui. E se o interesse aumentar, assista a O Quinto Poder (trailer abaixo):
Nossos sistemas automatizados analisam seu conteúdo (incluindo e-mails) para oferecer a você ferramentas relevantes, como resultados de buscas personalizados, anúncios direcionados e detecção de spam e malware. Essa análise ocorre enquanto o conteúdo é enviado, recebido e quando é armazenado
Mais uma pá de cal sobre aquilo que conhecíamos como privacidade…
O Marco Civil da Internet é uma dessas novelas típicas do proselitismo e dos instintos mais baixos da política nacional. O projeto de lei pretende estabelecer regras gerais e essenciais para um setor muito pouco regulamentado no país. O documento foi amplamente discutido por meses e chegou a receber emendas e sugestões de cidadãos em consultas públicas. Teve um relator comprometido, paciente e incansável. Mas vem tropeçando desde 2012 nas pressões que as empresas de tecnologia e telefonia fazem sobre os parlamentares.
Isso se explica porque elas podem perder mercado ou mesmo poder de influência. Também se explica porque elas devem – caso o projeto seja aprovado conforme o texto original – ter obrigações adicionais com os dados dos usuários, por exemplo.
Para se ter uma ideia, o impasse é tão grande que a matéria teve sua votação adiada oito vezes.
Depois que vazaram as informações de que Dilma Rousseff fora espionada pela ANS, que seus ministros têm seus celulares monitorados pelo governo norte-americano e que eles vêm bisbilhotando a maior empresa do país – a Petrobras -, o governo rangeu os dentes. Colocou como uma prioridade aprovar o Marco Civil, como um sinal claro de que o Brasil se preocupa com direitos autorais, privacidade e neutralidade de rede, para citar aspectos mais evidentes do caso.
Dilma colocou sua tropa de choque para trabalhar, e o projeto foi colocado em regime de urgência para votação. Na prática, essa condição obriga o Congresso Nacional a analisar o projeto de lei, pois se não o fizer, não poderá votar outros da fila.
Não adiantou. Um deputado do PMDB – o maior partido aliado de Dilma no governo!!! – se amotinou e conseguiu atrair a atenção de outros parlamentares descontentes. A rebelião ganhou o nome de Blocão e, no momento, usa de chantagem para conseguir aprovar emendas parlamentares, indicação de cargos e outras migalhas. Como bem escreveu o jornalista e pesquisador Marcelo Träsel, a mesquinharia do PMDB pode derrubar a neutralidade da rede.
Vou além: se o governo ceder aos chantagistas e abrir as pernas para as grandes corporações da tecnologia e telefonia, vai acabar com a internet da forma que estamos acostumados. O que temos hoje é uma rede aberta, que não prioriza quem paga mais e que incentiva a criatividade. Tudo isso pode acabar de uma hora para outra. A culpa, você já sabe: vai ser do PMDB. Vai ser do governo. Vai ser dos demais aliados que votarem contra o projeto original. Vai ser dos demais parlamentares que sepultarem o Marco Civil.
Estamos numa encruzilhada sim: o Brasil pode se tornar um pioneiro importante na discussão dos direitos dos usuários na internet ou se juntar aos países que controlam conteúdos de email, que confiscam dados, que vasculham informações pessoais, que traficam conteúdos, que derrubam o sinal de internet, que intercepta comunicações…
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mentiu descaradamente ontem para congressistas de seu país, para líderes mundiais e para o resto do planeta. Quis tranquilizar a humanidade, colocando panos quentes sobre as espionagens que os EUA estão operando em escala global, sabe-se lá desde quando.
Disse que Angela Merkel, que foi bisbilhotada por agências norte-americanas, não precisa mais se preocupar. Ignorou Dilma Rousseff, que passou um pito público no homem em plena Assembleia Geral da ONU, queixando-se de violação de direitos individuais e de atropelo da soberania das nações.
Obama mentiu porque as ações de monitoramento de emails, redes sociais e celulares não vão diminuir. Não vão parar. Não vão aguardar permissões judiciais. Não vão se restringir. Não vão. Por que iriam, afinal? Por que os Estados Unidos se arrependeram? Por que se convenceram de que Edward Snowden estava mesmo certo? Por que fizeram uma autocrítica e passaram a ver o mundo pela ótica de Julian Assange e Chelsea Manning?
Nada disso. Aliás, ao listar os quatro nomes em negrito juntos neste post, emiti um alerta em algum lugar. Não será exagero imaginar que uma tropa de agentes já interceptou todos os meus emails nos últimos dois meses, já rastreou minhas compras online, meus hábitos de consumo, minha árvore genealógica inteira, sabe meu salário, localização de parentes e demais dados que NÃO AUTORIZEI a acessarem.
Sim, amigos. A coisa está assim mesmo. Quanto mais busco entender o assunto, mais me convenço de que a matéria “privacidade” é um animal extinto. E que monitoramento, espionagem, bisbilhotagem, roubo de dados pessoais, desrespeito à privacidade são feitos em altíssima escala, sem qualquer permissão e sem nenhuma justificativa. O que permite que o Estado verifique meus emails com listas de palavras? O que permite que um governo de outro país faça isso? Para evitar terrorismo? MENTIRA. Para “manter nossos cidadãos seguros”? MENTIRA. Para “avançarmos em nossa política externa”? MENTIRA. Para assegurar a liberdade e a vida? Preciso repetir?
Obama mentiu. Sete meses após as primeiras denúncias de que NSA e outras agências fazem o serviço sujo de xeretar governos, empresas, países e sociedades inteiras, o presidente dos Estados Unidos vem a público e se apoia numa pilha de inverdades. Mal sentou na cadeira do salão oval e a academia sueca deu a ele o Prêmio Nobel da Paz! Bajulação pós-colonial… Prêmio Nobel da Paz… irônico é pensar que Obama é justamente o homem que está sepultando a paz de bilhões de usuários da internet e de celulares…
Responda rápido: o que há de comum entre Aaron Swartz, Bradley Manning, Julian Assange e Edward Snowden?
Muitas coisas ligam esses nomes, a começar pelo fato de que usam a internet para revelar informações e fatos que muitos tentam ocultar. Mas não só isso. Nenhum deles tem mais de 45 anos, e todos pertencem a gerações diretamente afetadas pelas novas tecnologias de informação e comunicação. Todos desafiaram agências de inteligência e o governo norte-americano trazendo à luz iniciativas mesquinhas, neuróticas e moralmente questionáveis.
Bradley Manning é o ex-oficial acusado de ter vazado centenas de milhares de dados sigilosos dos Estados Unidos e que municiaram o WikiLeaks no maior escândalo da história da diplomacia mundial. Foi caçado, preso e está sendo julgado por diversos “crimes”, entre os quais “traição”. Ele tem 25 anos e exibiu uma face simplesmente abjeta do Império. Pode pegar prisão perpétua.
Por falar em WikiLeaks, seu líder, o australiano Julian Assange, também encarou o Monstro. Foi perseguido por norte-americanos, suecos e ingleses e ficou detido em prisão domiciliar. Para além dos vazamentos que constrangeram diplomatas e poderosos, mostrou como helicópteros Apache metralharam civis e jornalistas em suas ações “táticas”. Refugiou-se na Embaixada do Equador em Londres. Precisa viver clandestino para sobreviver. Nada nem ninguém podem garantir isso.
Aaron Swartz era um prodígio da web e tinha colaborado diretamente com algumas das soluções mais inteligentes e solidárias para compartilhamento de informação e conhecimento. Foi perseguido pela justiça norte-americana por ter “roubado” milhões de artigos científicos em bases de dados por assinatura. Detalhe: a maioria das pesquisas relatadas naqueles artigos havia sido financiada por recursos públicos, mas mesmo assim as tentaculares empresas do ramo cobram pelo acesso a esses textos, e os seus autores nada ganham com isso… Aaron foi perseguido, preso, acusado por diversos “crimes” e ameaçado a pegar 35 anos de prisão mais multa milionária. Tinha 26 anos e não suportou a pressão, e se suicidou em janeiro deste ano.
Edward Snowden é a bola da vez. O ex-assistente técnico da CIA denunciou os sistemas de vigilância interna dos Estados Unidos a telefones e emails. Jogou um facho de luz sobre o rosto do Big Brother. Republicanos e democratas se alternam nas condenações ao ato antipatriótico do rapaz, que precisou sumir. Nada nem ninguém pode garantir sua integridade física diante da caçada que se anuncia.
As campanhas difamatórias aos quatro sujeitos acima aconteceram nos últimos cinco anos. As perseguições não foram perpretadas por George W.Bush ou Ronald Reagan, mas por Barack Obama, o democrata, sedutor, liberal e popular presidente da era das redes sociais. A instauração do terror virtual, a truculência e o abuso de poder vêm de um governo supostamente mais conciliador que o isolacionista anterior. Vem de um presidente jovem, com uma biografia admirável, que já ganhou o Nobel da Paz e que sinalizava uma transformação real no panorama das relações globais.
Não, isso não é um filme de ficção. A neutralidade da rede está em perigo, a internet como arena global corre riscos reais, e os usuários do sistema estão sendo monitorados, quando não criminalizados, oprimidos e eliminados. A inocência é uma palavra amarelada no dicionário, mas a política é um instrumento movido a ideias, palavras e ações. A política se faz nas ruas e diante dos teclados. Como a ética, a lei e a guerra, a política é uma invenção humana para buscar o equilíbrio. Arregace as mangas, então!
Só hoje assisti ao vídeo em que José Genoino “fala” ao CQC, transmitido na segunda passada, 25. E confesso: pensei três, quatro vezes se escreveria sobre isso. Na verdade, me fez mal o que vi. Fiquei incomodado. Não com o cerco que os personagens do programa fazem aos políticos em Brasília, nem com a pegação de pé habitual com Genoino. Duas coisas me chamaram a atenção no vídeo: a gana do CQC Mauricio Meireles para humilhar o deputado e a cilada que armou para que Genoino respondesse ao programa.
Eu poderia descrever, mas é melhor ver com os próprios olhos:
Viu? Pois é, não vou discutir se Genoino é corrupto ou não. Fato é que ele foi condenado pelo STF pelo escândalo do Mensalão. Outro fato que também não pode ser ignorado é a sua biografia na vida política nacional. Mas, como disse, não vou entrar nessa polêmica. Só vou me prender aos dois aspectos que me causaram mal estar ao ver o vídeo. E para isso vou lançar perguntas ao léu, que você – leitor – pode se atrever a responder ou não…
– é correto ensaiar uma criança para repetir perguntas capciosas para alguém?
– é certo que o seu pai filme uma conversa em ambiente privado – um gabinete – para tentar “flagrar” algum deslize do político?
– a criança em questão sabia o que estava fazendo? se não sabia, de quem é a responsabilidade por aquilo?
– o homem que a acompanhava era mesmo seu pai?
– durante meses, o CQC tentou arrancar declarações de Genoíno e sempre em ambientes públicos. É legítimo que se valha de uma troca de palavras em ambiente privado para fazer tanto alarde?
– o CQC precisava usar uma criança para ter esse efeito?
– a frase de Genoíno – de que o PSDB tinha “lábia” e por isso não saía o julgamento do Mensalão tucano – era alguma confissão de culpa ou algo que o incriminasse?
– o CQC é um programa jornalístico ou humorístico?
– se o CQC for um programa jornalístico, quem é o diretor responsável que deveria responder por eventual uso indevido de um menor no vídeo?
– se for um programa jornalístico, o CQC se baseia em que princípios jornalísticos? E quais princípios éticos?
– se for um programa humorístico, o CQC deve ter limites? Quais?
– pode-se discutir limites de programas humorísticos sem despencarmos para a velha discussão sobre censura?
– programas humorísticos transmitidos pela TV aberta também se enquadram no que dizem a Constituição Federal, a legislação sobre radiodifusão pública e o Estatuto da Criança e do Adolescente?
– a declaração de Genoíno traz algo de novo (jornalisticamente falando) ao caso do Mensalão ou a qualquer outro?
– pegadinha é um recurso jornalístico?
– pegação no pé é uma técnica jornalística?
– usar uma criança para armar uma arapuca com alguém (quem quer que seja!) é engraçado?
– onde está a graça em humilhar e ofender as pessoas, mesmo as condenadas na justiça?
As coisas azedaram definitivamente entre o governo federal e as entidades da sociedade que lutam pela democratização dos meios de comunicação. Veja a nota oficial lançada pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, o FNDC:
A declaração do secretário-executivo do Ministério das Comunicações, no último dia 20, de que este governo não vai tratar da reforma do marco regulatório das comunicações, explicita de forma definitiva uma posição que já vinha sendo expressa pelo governo federal, seja nas entrelinhas, seja pelo silêncio diante do tema.
A justificativa utilizada – a de que não haveria tempo suficiente para amadurecer o debate em ano pré-eleitoral – é patética. Apesar dos insistentes esforços da sociedade civil por construir diálogos e formas de participação, o governo Dilma e o governo do ex-presidente Lula optaram deliberadamente por não encaminhar um projeto efetivo de atualização democratizante do marco regulatório. Mas o atual governo foi ainda mais omisso ao sequer considerar a proposta deixada no final do governo do seu antecessor e por não encaminhar quaisquer deliberações aprovadas na I Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), realizada em 2009. O que fica claro é a ausência de vontade política e visão estratégica sobre a relevância do tema para o avanço de um projeto de desenvolvimento nacional e a consolidação da democracia brasileira.
A opção do governo significa, na prática, o alinhamento aos setores mais conservadores e o apoio à manutenção do status quo da comunicação, nada plural, nada diverso e nada democrático. Enquanto países com marcos regulatórios consistentes discutem como atualizá-los frente ao cenário da convergência e países latino-americanos estabelecem novas leis para o setor, o Brasil opta por ficar com a sua, de 1962, ultrapassada e em total desrespeito à Constituição, para proteger os interesses comerciais das grandes empresas.
Ao mesmo tempo em que descumpre o compromisso reiterado de abrir um debate público sobre o tema, o governo federal mantém iniciativas tomadas em estreito diálogo com o setor empresarial, acomodando interesses do mercado e deixando de lado o interesse público.
No setor de telecomunicações, na mesma data, foi anunciado um pacote de isenção fiscal de 60 bilhões para as empresas de Telecom para o novo Plano Nacional de Banda Larga em sintonia com as demandas das empresas, desmontando a importante iniciativa do governo anterior de recuperar a Telebrás, e encerrando o único espaço de participação da sociedade no debate desta política – o Fórum Brasil Conectado. Somando-se ao pacote anunciado de benesses fiscais, o governo declara publicamente a necessidade de rever o texto do Marco Civil da Internet que trata da neutralidade de rede, numa postura totalmente subserviente aos interesses econômicos.
Na radiodifusão, faz vistas grossas para arrendamentos de rádio e TVs, mantém punições pífias para violações graves que marcam o setor, conduz a portas fechadas a discussão sobre o apagão analógico da televisão, enquanto conduz de forma tímida e errática a discussão sobre o rádio digital em nosso país. Segue tratando as rádios comunitárias de forma discriminatória, sem encaminhar nenhuma das modificações que lhes permitiriam operar em condições isonômicas com o setor comercial.
Diante desta conjuntura política e do anúncio de que o governo federal não vai dar sequência ao debate de um novo marco regulatório das comunicações, ignorando as resoluções aprovadas na 1ª Conferência Nacional de Comunicação, manifestamos nossa indignação, ao mesmo tempo em que reiteramos o nosso compromisso com este debate fundamental para o avanço da democracia.
De nossa parte, seguiremos lutando. A sociedade brasileira reforçará sua mobilização e sua unidade para construir um Projeto de Lei de Iniciativa Popular para um novo marco regulatório das comunicações.
Coordenação executiva do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação – FNDC:
Associação das Rádios Públicas do Brasil – Arpub
Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária – Abraço
Associação Nacional das Entidades de Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões – Aneate
Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé
Conselho Federal de Psicologia – CFP
Central Única dos Trabalhadores – CUT
Federação Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações – FITTEL
Federação Interestadual dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão – Fitert
Intervozes – – Coletivo Brasil de Comunicação Social
Enquanto você pensa na resposta, que tal olhar pras capas dos principais jornais nesses dias em que o crime fez o governo, a imprensa e a população de gato e sapato…
Se você acompanha este blog com alguma frequência, viu de perto uma pequena saga para que eu consertasse meu Alfa, o e-reader da Positivo. Pois não é que dois meses após meu aparelho parar de funcionar e eu pedir auxílio para os fabricantes, recebi um novo em minha casa?
O Serviço de Atendimento ao Consumidor da Positivo foi bastante prestativo, mas estava muito moroso na resolução do meu problema. Eu pedia que me indicassem serviços autorizados, mas o que se viu foi a total impossibilidade de me darem esse suporte. Troquei diversos emails com a Positivo e quando já não mais restava esperança, desabafei no Twitter.
Foi o lance certo para que a empresa entrasse novamente em contato comigo e tentasse rapidamente resolver meu problema. Mandei meu aparelho danificado para a fábrica e, constatada sua “morte” com apenas um ano de vida, me encaminharam outro novinho em folha e funcionando!
Um ponto positivo para os fabricantes, que demonstraram um respeito que deveria ser comum nas relações com os consumidores.
Se você tem um Alfa, o leitor de livros eletrônicos da Positivo, e ele der problema, esqueça de tentar resolver com a própria empresa. Você vai se incomodar, como eu, e não terá a solução esperada.
Em junho de 2011, ganhei um Alfa de presente e passei a usar com bastante frequência no trabalho e nas horas de lazer. Na verdade, cheguei a alterar alguns hábitos de consumo de livros por conta da comodidade, da praticidade e do conforto do aparelho. Embora tivesse algumas limitações – sobretudo no contraste entre o texto e a tela -, o meu Alfa funcionava não só como meu livro de ocasião – aquele que a gente leva para todo lugar -, mas também como biblioteca – eu tinha mais de 150 títulos ali armazenados.
Tudo ia bem até que, no final de junho passado, de repente, meu aparelho não respondia aos toques na tela sensível e meus livros não estavam mais visíveis. Entrei em contato imediatamente com a Positivo Informática, solicitando assistências autorizadas. Eu queria que um técnico especializado fizesse um diagnóstico e um orçamento para o reparo. Todos os meus contatos foram por e-mail, e minhas mensagens eram respondidas logo nos dias seguintes aos meus chamados.
Em 24/06, a Central de Relacionamento Positivo me indicou uma assistência técnica no centro de Florianópolis. Fui atrás e deixei meu aparelho para uma análise. Dias depois, o diagnóstico foi econômico e impreciso: “não compensa fazer o conserto”. Em 13 de julho, solicitei novamente à Positivo o endereço de uma autorizada, eu queria uma segunda opinião, afinal não me conformava em ter um aparelho que só durasse um ano!. No dia 24, tive o novo endereço, e novamente fui atrás. Qual não foi minha surpresa quando lá fui informado que a assistência estava deixando a Positivo: “Estou surpreso que eles tenham nos indicado. Estamos nos descredenciando da empresa, não ficamos com mais nenhum produto da Positivo”, me disse o atendente.
No dia 25, acionei mais uma vez a empresa, pedindo instruções de como agir. No dia 26, a Central de Relacionamento Positivo me deu duas novas referências, mas numa outra cidade, ao lado da minha. Eu precisaria me deslocar algumas dezenas de quilômetros para fazer um diagnóstico de meu aparelho. Fui à primeira autorizada e lá me informaram que o atendimento era exclusivamente corporativo, isto é, só atendiam a empresas e não pessoas físicas. Na segunda assistência, a atendente me respondeu: “Ah, esse aparelho aqui a gente não pega não. Ele é recolhido pelo próprio fabricante para eventuais consertos…”.
No dia 8 de agosto, cansado, decepcionado e indignado, escrevi à Central de Relacionamento Positivo que estava desistindo de tentar consertar um aparelho que só funcionara por treze meses e cujo fabricante não me garante ao menos uma rede confiável de assistência técnica. Até agora não tive uma linha de resposta, nenhuma justificativa, nada.
Se eu tivesse importado um Kindle, teria tido tantos problemas? O senso comum nos faz crer que investir em produtos nacionais facilitaria o conserto, uma orientação ou algo do tipo. Que nada! Com o meu Alfa Positivo, não foi assim. Se alguém me pedisse uma recomendação do produto ou da empresa, claro que eu não recomendaria!
ATUALIZAÇÃO DE 17/09/2012: Felizmente, a situação foi bem resolvida pela empresa, conforme você pode conferir aqui: http://wp.me/p4HHl-26l
Se você é sensível a fortes emoções, prepare-se para se escangalhar de rir com o editorial de hoje do jornal O Globo, defendendo a Veja… Pior que isso, comparando as ligações entre a revista e Carlinhos Cachoeira com o caso Watergate…
As manchetes de três dos principais jornais brasileiros dão a tônica do sonho da classe média, ligeiramente endinheirada: Vamos pra Disney!!
Foi só o presidente norte-americano acenar com uma bugigangazinha que os nativos brilharam os olhos. Notem que o governo dos EUA não está abolindo a necessidade dos vistos para brasileiros; apenas anunciou que vai facilitar a emissão dos documentos… ainda precisaremos de carimbos para entrar naquele país e deixar por lá nossos dólares… mas a migalha foi alardeada em alto e bom na mídia daqui.
Se formos pensar, esse jeitão colono-deslumbrado-aparvalhado ajuda a explicar porque a viagem de Luiza ao Canadá causou tanto por aqui…
… não vai ser naufrágio, abuso sexual, escândalos políticos… será o confronto entre um modelo e outro de distribuição de conteúdos, de compartilhamento de experiências, de divisão de conhecimentos.
Conheça as iniciativas que podem acabar com a internet como a conhecemos.